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Fã de Marília Mendonça entra na Justiça contra empresa que prometeu encontro e não cumpriu

Caique Costa tenta reaver prejuízo após ganhar promoção nas redes sociais para conhecer a cantora pessoalmente

13 out 2022 - 18h34
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Marília Mendonça
Marília Mendonça
Foto: Mais Goiás

Fã de Marília Mendonça, o líder digital Caique Moreira Costa, de 29 anos, sempre sonhou com uma oportunidade de conhecer a cantora pessoalmente e expressar a sua admiração. Em 2018, ele chegou perto de realizar o sonho, já que ganhou uma promoção realizada por uma empresa que promoveu um show da sertaneja na cidade de Sumaré (SP), cujo prêmio seria acesso ao camarim. Mas o sonho logo se tornou pesadelo.

Antes mesmo do acidente que tirou a vida da Marília Mendonça e mais quatro pessoas, em 5 de novembro de 2021, a empresa não havia entregado o prêmio prometido e Caique precisou entrar na Justiça para reaver seu prejuízo. A batalha judicial, que começou com a esperança do encontro entre fã e ídolo, agora continua em busca de uma indenização.

A promoção foi realizada pelas redes sociais, e sorteava uma chance para conhecer Marília Mendonça no camarim, desde que os participantes já tivessem ingresso para o show, e compartilhassem uma foto e marcassem um amigo nos comentários. Embora não tivesse o hábito de participar desse tipo de promoção, Caique viu ali a chance de realizar seu sonho.

"Eu tinha necessidade de participar, porque envolvia meu sonho de estar perto, de poder ouvir, tocar. Então, como muitas pessoas sabiam desse meu amor por ela, acabei mobilizando uma galera, amigos e familiares", disse.

Marília Mendonça
Marília Mendonça
Foto: RD1

Depois de ser sorteado entre os seguidores, Caique trocou mensagens com quem acredita ser uma das organizadoras do evento. Depois de fornecer seus dados, foi orientado a esperar uma ligação no dia do show, avisando o momento em que ele poderia ir até o camarim, antes da apresentação. O rapaz chegou a desconfiar da promoção, e por telefone, ligou para a empresa perguntando se ele realmente havia ganhado.

A ligação nunca aconteceu.

"Para mim, foi muito surreal. Eu até entrei em contato via telefone. Falei: 'Olha, aconteceu isso e isso. Eu queria confirmar se está tudo certo'. Eu percebi que ela não passou o contato dela em específico, fiquei meio receoso, mas liguei para confirmar que estava tudo ok. Eles iriam me ligar e marcar um ponto de encontro para que eu pudesse encontrar com a responsável, e ela me levaria até o camarim", explicou.

Sem comunicação

À justiça, a empresa alegou que fez o contato, e que Caique não ouviu a ligação. Ainda segundo a empressa, ele também não ouviu quando o chamaram pelos alto-falantes. Os advogados de Caique negam.

O jovem diz que as mensagens enviadas com seus dados foram lidas, mas não respondidas. O mesmo aconteceu com os questionamentos sobre o motivo para ele não ter sido chamado ao camarim. Foi quando ele decidiu acionar seus advogados para tratar do caso na justiça.

"Não é questão de dinheiro, é questão de justiça, pelo que aconteceu comigo. Decidi que eu precisava de uma resposta. Quando eu entrei com o processo, foi justamente para poder entender o que aconteceu. Não foi pelo financeiro, e sim por ter a oportunidade de estar ali com ela e de abraçar. Não há dinheiro que pague, mas é realmente sede de resposta, porque é inadmissível que alguém me deixe numa situação dessas sem um pedido de desculpas, uma explicação", desabafa.

Depois de dar entrada no processo, Caique esperava que a empresa pudesse proporcionar um encontro com a sertaneja e, quem sabe, encerrar o processo ali. A advogada Mariana Torres, que representa o rapaz, conta que não houve qualquer disponibilidade da empresa nesse sentido.

"A empresa não tinha nenhuma data prevista para um próximo show. Então, na verdade, não existiu essa possibilidade. Se tivesse existido, eu acredito que para Caique seria suficiente e seria muito melhor do que uma indenização de R$ 15 mil", avalia.

Álbum póstumo de Marília Mendonça já é a maior estreia musical do ano:

Críticas nas redes sociais

Ao compartilhar o ocorrido nas suas redes sociais, Caique lembra que foi chamado de mentiroso. Apesar de algumas pessoas terem tentado ajudá-lo, a maioria disse que ele queria "cinco minutos de fama" e ele até recebeu uma montagem com uma foto dele ao lado de Marília Mendonça.

"Foi muito pesado para mim na época", conta.

O caso ganhou repercussão na mídia, e Caique foi surpreendido por publicações que o acusavam de tentar tirar dinheiro de Marília Mendonça logo após sua morte. Ele esclarece que, na verdade, o processo é de 2018 e contra a empresa organizadora do evento.

"A gente não está com processo em relação a Marília Mendonça e à equipe dela, porque eu tenho certeza absoluta, conhecendo como eu conheço, como eu acompanho o trabalho dela, se ela imaginasse que isso poderia acontecer, ela teria me atendido a hora que fosse. Se não a equipe dela, ela com certeza estaria disposta a me atender, a me recepcionar. A gente via muito isso nas redes sociais. Ela sempre foi muito acolhedora com os fãs dela, então não me entra na cabeça nem a possibilidade dela, ou da equipe dela em algum momento, saber que existia uma pessoa lá fora e ter se negado a atender", assegura o fã.

Ele ressaltou ainda que o processo é contra uma empresa, por ter feito uma promoção e não ter cumprido o que foi prometido. "Não é questão de dinheiro, é questão de justiça", reforçou.

Justiça

A Expo Águas Sumaré, que organizou o evento, foi procurada pelo Terra e disse que não irá se manifestar sobre o caso. A empresa foi condenada em primeira instância, no dia 10 de novembro de 2020, a indenizar Caique no valor de R$ 15 mil. A empresa recorreu, mas o provimento ao recurso foi negado e o valor, mantido.

O acórdão foi publicado neste mês de outubro, e ainda não transitou em julgado. A Expo Águas Sumaré ainda pode recorrer ao Superior Tribunal Federal (STF) ou Superior Tribunal de Justiça (STJ) até o dia 26 de outubro.

Fonte: Redação Terra
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