Ex-jogador Tinga defende namoro de Virgínia e Vini: “Ela não pode escolher? Preto é feio?”
Atleta vê racismo na descrença do interesse da influencer pelo craque do Real Madrid e faz comparação com relacionamento de Angélica e Huck
O ex-jogador de futebol Tinga se mostrou irritado com quem não acredita na veracidade do relacionamento entre Vini Jr. e Virginia Fonseca.
“A guria que está com o Vini Jr. tem mais dinheiro do que ele, a menina poderia estar em qualquer lugar, saiu daqui do Brasil e foi ficar com o Vini Jr.”, disse em entrevista ao portal Porto Alegre Oficial.
“A menina não pode escolher o cara porque ele é negão. Aí uns vão dizer ‘não, mas ele é feio’. Quem te disse quem é feio, bonito? Isso é uma coisa pessoal. Tem pessoas que tu acha bonito e eu acho feio.”
Tinga afirma haver racismo da parte de quem duvida do sentimento da influenciadora, como se fosse impossível ela se interessar verdadeiramente pela aparência de Vini.
“É porque ele é preto”, disse. “‘Ah, mas ele tem a boca grande’. Quem disse que ela não gosta de boca grande?... Por que ela não pode escolher ficar com ele? Tu olha para o outro lado, o ex-marido dela pode escolher outra mulher, e não é porque ela é rica.”
Na visão de Tinga, o namoro de Zé Felipe e Ana Castela não desperta desconfiança por ambos serem brancos.
O veterano argumenta que muitas pessoas que apoiaram Vini Jr. nos episódios de racismo na Espanha agora se comportam com igual discriminação ao comentar sobre o relacionamento.
“Falam da mulher (Virgínia), mas, na verdade, é mostrando exatamente esse racismo que eles falam que não têm”, afirma. “Até a menina ficar com ele, era fera, era bonita, era a maior. Agora, a menina já é feia, não sabe escolher, não é a melhor influenciadora, só porque ela está com ele.”
Tinga critica quem diz que Virgínia está com Vini para “se lançar no mercado internacional”. “Sempre tem que achar alguma coisa”, reclama. “Quando a Angélica ficou com o Luciano Huck, alguém falou alguma coisa?”
A opinião da coluna
O romance de Vini Jr. e Virgínia Fonseca mexe em velhas polêmicas, a começar pelo relacionamento inter-racial que ainda desperta olhares de reprovação.
Além disso, a predileção de jogadores de futebol por mulheres brancas e loiras, interpretada como suposta reafirmação da masculinidade e tentativa de maior aceitação social.
Há ainda a questão do culto à beleza eurocêntrica, excluindo do conceito de belo a maioria das pessoas negras com traços marcantes.
Por isso, o olhar coletivo não consegue detectar em Vini as qualidades — além da fama e da fortuna — capazes de justificar o interesse amoroso de Virgínia.
Não é permitido a ele ser suficientemente atraente a ponto de despertar a paixão verdadeira de uma mulher.
Os julgamentos na mídia e o tribunal da internet também contribuem para a perpetuação do estigma e alimentam a fantasia de que certos corpos ‘não combinam’ entre si.
A reação desproporcional ao casal reforça como é difícil aceitar que pessoas pretas ocupem o centro de narrativas de desejo sem que isso gere ruído social.
O namoro de Vini Jr. e Virgínia prova que a sociedade brasileira ainda não aprendeu a lidar com a diversidade do amor sem a medir pela régua dos preconceitos.
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