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Ao atacar Vera Magalhães, bolsonarista dá mais poder a ela e ao jornalismo 

Políticos precisam estudar história do Brasil para aceitar que a imprensa jamais será calada

14 set 2022 - 09h08
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A hostilidade do deputado estadual Douglas Garcia (Republicamos) contra a jornalista Vera Magalhães é um típico ato de autossabotagem. 

No saldo da ação agressiva, só ele perde. O candidato bolsonarista ao governo de SP, Tarcísio de Freitas, vetou a presença do parlamentar em outros debates e sabatinas. 

Ao tentar intimidar a apresentadora do ‘Roda Viva’ por ela ser crítica a Jair Bolsonaro e seu governo, Garcia apenas a torna ainda mais influente. 

Uma onda de solidariedade surgiu após o episódio. Ela recebeu o apoio de colegas de profissão e políticos, cidadãos anônimos e artistas. 

O deputado quis imitar o ataque do presidente contra Vera no debate da Band. Usou até a mesma frase feita: “Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”. 

Os políticos em geral, e principalmente aqueles que estão temporariamente no poder ou orbitando em torno dele, insistem não aceitar o papel básico de um jornalista. 

Ficam coléricos quando são questionados, contestados, desconstruídos. Sem conseguir forjar respostas convincentes, buscam aterrorizar quem ousa contrariá-los. 

A história mostra que políticos passam, o jornalismo permanece. Às vezes, cambaleia, porém, nunca é abatido. 

Nem a perseguição sanguinária na ditadura conseguiu calar a imprensa. 

O assassinato de alguns jornalistas, como Vladimir Herzog, ao invés de amedrontar, encorajou tantos outros. 

Sempre existirão repórteres dispostos a pagar o preço de enfrentar forças violentas para exercer o direito constitucional de informar a verdade dos fatos. 

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”, decretou o britânico George Orwell, autor de um clássico sobre o poder manipulador do Estado, ‘1984’. 

Desse novo ato de intolerância, Vera Magalhães sai fortalecida. Ganha ainda mais respeito de seus pares e da parte sã do público. 

Intimamente, talvez esteja fragilizada, mas não demonstra a intenção de recuar em sua missão profissional.

Vera Magalhães representa a resistência do jornalismo profissional contra ataques
Vera Magalhães representa a resistência do jornalismo profissional contra ataques
Foto: Reprodução/TV
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