Como 'True Detective' e 'Fargo', multi-indicadas ao Emmy, reforçam o primor das séries antológicas
Favoritas ao principal prêmio da TV, produções cujas narrativas e os personagens mudam a cada temporada se destacaram ao longo da última década
Com a vasta oferta no streaming, maratonar produções intermináveis de 7 ou 8 (ou mais) temporadas é uma experiência que requer extrema dedicação do telespectador, aliada ao sacrifício de vários finais de semana. É por isso que as séries em formato antológico, aquelas cujas narrativas e os personagens mudam a cada temporada, despertaram tanto interesse nos últimos anos - mais do que isso: com roteiros instigantes e estruturas similares aos filmes, elas provam ser o melhor modelo de criação artística na indústria cinematográfica.
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Dois exemplos de excelência nesse gênero são Fargo (disponível na Amazon Prime) e True Detective (disponível na Max), cujas novas temporadas renderam 15 e 19 indicações ao Emmy 2024, respectivamente. A premiação ocorre em setembro.
Sucessos de público e crítica nos EUA, mas não tão populares no Brasil, ambas foram ao ar pela primeira vez em 2014 e ganharam novas sequências ao longo da última década, consolidando-se entre as melhores atrações televisivas da atualidade.
Na 2ª temporada, o enredo sofreu uma queda de impacto considerável, fruto das narrativas múltiplas e da trama nada especial. As performances de Colin Farrell, Rachel McAdams e Vince Vaughn (no papel de um empresário-gângster), se destacam e merecem elogios. O roteiro, no entanto, ainda que tenha momentos notáveis, simplesmente ficou abaixo das expectativas.
O brilho de True Detective é retomado na terceira parte da franquia, protagonizada por Mahershala Ali. Ele interpreta o policial Wayne Hays, veterano da Guerra do Vietnã, em três momentos distintos da vida, inclusive na velhice (com a doença de Alzheimer), em busca de solucionar um brutal assassinato do passado.
Após três temporadas, Pizzolatto abandonou o projeto sem muitas explicações e a HBO contratou a mexicana Issa López para assumir o batente. A cineasta, especializada na temática de horror, trouxe elementos do gênero para a nova história, veiculada no início do ano com o subtítulo Terra Noturna. Ao longo de apenas 6 episódios, o público segue a detetive Liz Danvers (Jodie Foster) e sua investigação em torno da morte de um grupo de cientistas no Alaska. O final chocante dividiu os fãs, mas não abalou o esplendor da franquia.
No fim das contas, Fargo e True Detective provam a excelência do formato mais adequado da atualidade, no qual o espectador investe menos tempo e, em troca, recebe o mais alto nível de conteúdo. E por mais que ambas as produções concorram entre si em várias categorias no Emmy, é injusto compará-las - apenas fica a torcida para que elas permaneçam por muito mais tempo no ar.