"Ritas" conquista público e lidera bilheteria entre docs nacionais
Um tributo à altura da rainha do rock brasileiro
Quatro semanas após sua estreia, o documentário "Ritas" já ocupa um lugar de destaque na história recente do cinema nacional. Com mais de 33 mil espectadores contabilizados, a produção se consagra como o documentário brasileiro mais assistido em 2025 até agora.
A façanha é celebrada pela Biônica Filmes, responsável pela distribuição em parceria com a Paris Filmes e confirma a força e o carinho do público por Rita Lee, mesmo após sua partida.
A escolha da data de estreia 22 de maio não foi aleatória. Foi a própria Rita quem sugeriu: queria ver sua história contada nas telonas justamente no dia em que celebraria mais um aniversário.
O resultado tem emocionado fãs de diversas gerações, que têm comparecido às salas de cinema não apenas para rever imagens icônicas, mas para mergulhar num retrato íntimo e sensível da artista.
Mais do que uma simples biografia, "Ritas" é um mergulho no universo criativo, irreverente e poético de uma das figuras mais autênticas da música brasileira.
A narrativa, conduzida pela própria Rita por meio de entrevistas ao longo de sua carreira, costura falas inéditas, imagens raras e muita música tudo com a energia inconfundível que ela sempre carregou.
"Ritas": Direção que respeita a essência sem perder o ritmo
A assinatura da direção é dividida entre dois nomes experientes do audiovisual brasileiro: Oswaldo Santana e Karen Harley. Ele, com passagens por filmes como "Bruna Surfistinha" e "Tropicália"; ela, editora premiada e codiretora de "Que Horas Ela Volta?", um dos marcos do cinema nacional nos últimos anos.
Juntos, eles constroem um longa que equilibra pesquisa, sensibilidade e dinamismo, sem jamais cair na armadilha da nostalgia vazia.
"Ritas" passa longe do formato engessado. Pelo contrário: há algo de anárquico e afetivo na estrutura do documentário talvez como a própria Rita gostaria.
Cada bloco traz uma faceta da artista: a compositora que reinventou a música brasileira, a mulher que desafiou padrões, a eremita que se recolheu sem se apagar, a mãe, a escritora, a ativista silenciosa. E, acima de tudo, a figura humana por trás do ícone.
Mesmo com o sucesso nas bilheteiras, o filme ainda está longe de encerrar sua trajetória. Em cartaz em mais de 30 salas pelo país, a produção segue atraindo novos públicos e conquistando os que chegam movidos apenas pela curiosidade. Para os fãs, é reencontro. Para os mais jovens, é descoberta. Para todos, é celebração.
Com "Ritas", o Brasil reverencia não só uma artista, mas uma era. E prova que, mesmo depois de sua última nota, Rita Lee continua tocando fundo onde importa: no coração de quem escuta.