Viih Tube: 'Não sei o que é viver sem exposição, mas não quero condicionar meus filhos a isso'
Influenciadora realiza seu primeiro trabalho na dublagem em 'Zoopocalipse', que estreou na quinta, 25. Ao 'Estadão', ela falou sobre o trabalho e mudanças de vida: 'Maternidade do Ravi mudou tudo'
Lua di Felice, de 2 anos, assistiu a um filme inteiro completo pela primeira vez no cinema na pré-estreia de uma espécie de "thriller infantil", Zoopocalipse. "Tentei levá-la para ver Moana 2, mas ela ficou só vinte minutos", ri Vitória di Felice Moraes, a Viih Tube, mãe de Lua. A diferença entre Zoopocalipse e Moana 2? É que no primeiro há a voz da mãe dublando uma das protagonistas.
A animação estreou nessa quinta, 25, e é o primeiro trabalho de Viih como dubladora. A premissa é, no mínimo, divertida: é uma espécie de mistura de "ataque zumbi" com bichinhos e bolinhas coloridas. A influenciadora é a voz da lobinha Gracie, dublada originalmente por Gabbi Kosmidis.
"Fazia muito tempo que meu coração não acelerava fazendo algo", comenta Viih em entrevista por vídeo ao Estadão. A influenciadora, que tem registro para trabalhar como atriz há muitos anos, diz que nunca havia cogitado se aventurar na área da dublagem.
"Eu falo muito rápido, eu como as palavras, sou meio acelerada", afirma. "Mas, no fim, a minha voz é muito fina e infantil."
'Ravi mudou minha forma de ver a vida'
O projeto chega em uma espécie de "nova fase" para Viih, que enfrentou desafios após o nascimento de seu segundo filho, Ravi. O bebê foi diagnosticado com enterocolite e chegou a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Agora com dez meses, Ravi está bem e, como Lua, também foi na pré-estreia de Zoopocalipse. "Ele foi só para me prestigiar, ele não aguenta assistir a um filme inteiro ainda porque é muito pequenininho", afirma Viih. A chegada do segundo filho, porém, mudou sua forma de ver a vida.
A influenciadora conta que sempre sonhou em ter dois filhos. Chegou a pensar em três por influência do marido, o também influenciador Eliezer. Mas agora decidiu: serão apenas dois, mesmo.
"É a hora de cuidar absolutamente de mim", comenta ela. "Não que eu não tivesse que cuidar antes, mas é muito diferente você se preparar para uma gestação e você decidir não ter mais filhos. Então, eu voltei a cuidar de mim, voltei a me amar mais, voltei a respeitar mais o meu tempo."
Viih narra que, diferente da maternidade de Ravi, não contou com uma rede de apoio desde os primeiros dias de vida de Lua. "Eu não conseguia nem me olhar no espelho. As pessoas falaram que eu queria 'pagar de pobre', de quem não tem dinheiro para ter uma babá... Mas eu escolhi isso. Eu nunca tinha tido um contato com um bebê. Eu queria aprender como cuidar de uma criança e, para isso, eu não poderia ter alguém fazendo para mim."
'Faço tudo conforme a lei manda'
Um dos assuntos que mais gerou repercussão nas redes sociais nos últimos tempos já provocou reflexões para a influenciadora. Em 2023, Viih cogitou parar de postar fotos de Lua depois que a filha passou a receber uma onda de ódio nas redes sociais.
O debate sobre a exposição de menores nas redes sociais foi movimentado pelo youtuber Felca no mês passado com a publicação do vídeo Adultização. Felca expôs, entre outros casos, o conteúdo de Hytalo Santos, acusado de adultização e exploração sexual de menores. Ele e o marido estão presos - a defesa afirma que os dois são inocentes.
Viih afirma saber que "não é todo influenciador que envolve os filhos em publicidade e faz tudo 'certinho'", mas que segue as recomendações do Ministério Público para postar fotos dos filhos.
Tanto Lua quanto Ravi têm contas próprias no Instagram, mas só aparecem em "conteúdos de dia a dia" e em publicidades aprovadas pela lei, conforme ela. "Tento ser o mais correta que eu posso e não expor os meus filhos em nenhum tipo de situação que eu não gostaria de ser exposta", diz.
Mesmo assim, o conteúdo postado após o nascimento de Ravi foi bem menor em comparação a Lua. Até antes de definirem o nome da primeira filha, Viih e Eliezer já haviam criado uma conta no Instagram para o então futuro bebê. No ano passado, a influenciadora afirmou, também em entrevista ao Estadão, ter encontrado um "equilíbrio" para postar conteúdo sobre a filha.
Com Ravi, ela diz ter aprendido ainda mais. Viih afirma querer dar opções para os filhos. Não é porque os pais são pessoas públicas que Lua e Ravi serão condicionados a ser também, segundo a influenciadora.
"Eu 'nasci' na internet com nove anos de idade, não sei o que é a vida sem exposição", conta. "Eu não tive a época de adolescente em festa, sem ter a vida pública. Diferente do Eli. O Eli teve uma vida completamente fora das câmeras. E agora, já pai, mais velho, que ele foi ter a vida exposta. Para ele, é muito chocante pensar que os filhos não vão, por exemplo, poder ir em uma pista de um show, porque vão ser assediados."
'Quero falar com as mães'
Viih mudou drasticamente seu público após a primeira gravidez. Passou a comentar mais sobre as dificuldades do processo e atraiu mães que se identificaram com ela. Agora, com a dublagem de Zoopocalipse e seu projeto TurmaTube, se aproxima mais do público infantil.
Questionada se, em algum momento, pretende migrar seu conteúdo para as crianças, ela diz não se ver "nesse lugar". Prefere continuar no campo da atuação. No Instagram, a vida pessoal que compartilha ainda é para as mães.
"É mais valoroso para mim e para quem me acompanha", diz. "Eu recebo tanto feedback... Até quando eu estou com um problema em casa, as mães respondem. É uma troca tão gostosa, que eu não perderia por nada."