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O filme ruim precisa existir - e também precisa ser visto

26 jun 2025 - 06h54
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Resumo
Filmes ruins têm seu valor, pois ajudam a refinar o olhar crítico e a perceber mudanças na percepção artística ao longo do tempo, tornando-se parte essencial da experiência cinematográfica.
O filme ruim precisa existir – e também precisa ser visto:

Um filme ruim é um filme ruim, certo? Ah, se a vida fosse tão simples quanto um "sim" ou "não"! A verdade é que nossa percepção de arte é mais bagunçada que quarto de adolescente em dia de prova. Somos um universo de bagagens, opiniões e paladares, especialmente quando o assunto é cinema e séries. E, pasmem, essa nossa "verdade" pode mudar mais rápido que o clima em nossas cidades! Aquele filme que você detestava na adolescência, hoje pode ser sua paixão secreta. E vice-versa.

E para apimentar ainda mais essa sopa de letrinhas, entra na jogada o momento de vida que a gente tá vivendo. Confesso: ando numa fase em que parece que tudo tá com gosto de jiló.

Tenho o hábito de anotar cada filme que vejo, dar umas notas e, de tempos em tempos, revisitar essa lista do terror. E, olhando para as minhas anotações recentes, a conclusão é desanimadora: a fase tá ruim, gente! Tá mais difícil encontrar um filme acima de três estrelas que agulha no palheiro. É aquela época do ano ingrata, sabe? Uma espécie de "terra de ninguém" cinematográfica entre o glamour do Oscar e os blockbusters de verão. É assim, sempre foi, e parece que não vai mudar tão cedo.

E aí, a gente desanima. Ou não! Porque eu tenho pra mim que precisamos, sim, ver filmes ruins. Primeiro, porque a vida não é só champanhe e caviar (e nem deveria ser, pra não enjoar). Segundo, e mais importante, pra apurar o nosso olhar e aprender a distinguir alhos de bugalhos, ou seja, um "Deus nos acuda" de uma obra-prima disfarçada.

Mas o que diabos faz um filme ser "ruim"? Pra mim, é uma salada de coisas: roteiro que mais parece um emaranhado de espaguete, trama sem pé nem cabeça que te deixa mais perdido que cego em tiroteio, narrativa que anda de lado, direção que não sabe nem pra que lado vai e atores que parecem estar lendo o Telelistas. Não precisa ser a soma de tudo isso; basta um desses elementos pra me tirar do sério.

Só que a beleza da coisa é que isso pode mudar! Com o tempo, a gente vai percebendo que aquele "erro mortal" de antes, hoje nem é tão grave assim. Então, da próxima vez que você der o play ou for ao cinema e sentir aquela pontinha de "não é pra mim", não desista! Dê uma segunda chance para aquele "filme ruim". Ele existe por vários motivos, e o principal deles é te ajudar a afinar seu faro cinematográfico. Afinal, até do jiló a gente aprende a gostar, né?

(*) Rodrigo James é jornalista, criador de conteúdo e publica semanalmente a newsletter MALA com notícias, críticas e pensatas sobre cultura pop e entretenimento.

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