Cassia Kis vira ré em processo por homofobia
Ministério Público Federal acusa ex-atriz da Globo de incitação ao preconceito e pede multa de até R$ 1 milhão
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Cassia Kis por declarações consideradas homofóbicas e transfóbicas. A ação civil pública, apresentada pelo coletivo Antra (Articulação Nacional dos Transgêneros) e pelo ator José de Abreu, pede que a atriz seja multada em até R$ 1 milhão por incitar preconceito contra pessoas transexuais.
Declarações controversas em entrevista
Cassia é acusada por comentários feitos em entrevista à jornalista Leda Nagle no YouTube em 2022, onde criticou abertamente a identidade de gênero. Durante a conversa, a atriz afirmou: "Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem. Essa ideologia de gênero que já está nas escolas quer destruir a família."
A atriz ainda defendeu que, quando há uma relação entre duas pessoas de sexo igual, há uma "destruição à vida humana". "O que está por trás disso? Destruir a família. Destruir a vida humana, na verdade, porque onde eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?", questionou.
E, para finalizar, também criticou a adoção de crianças por casais homossexuais, porque elas são geradas apenas pelo "útero de uma mulher".
As falas viralizaram nas redes sociais, gerando repercussão imediata e mobilizando grupos de defesa LGBTQIA+.
Outras ações por homofobia
Além do processo movido pela Antra e por José de Abreu, que tem uma filha trans de 23 anos, Cassia Kis enfrenta uma segunda ação, esta movida pelo Grupo Arco-Íris, ONG que atua na defesa dos direitos LGBTQIA+. A organização exige uma indenização de R$ 250 mil, a ser revertida para projetos de combate à LGBTfobia no setor cultural.