Festival do Rio 2025: A Fúria é retrato visceral dos dilemas internos de uma mulher violentada sexualmente (Entrevista exclusiva)
No drama espanhol dirigido e roteirizado por Gemma Blasco, arte e ficção são válvulas de escape para traumas difíceis de serem narrados. O longa teve sua estreia no Brasil no Festival do Rio 2025.
Dez, nove. Um grupo de amigos se diverte numa balada na Espanha na noite de Ano Novo. Oito, sete. Todos alegres graças ao álcool e às drogas, uma briga inesperada entre as luzes piscantes expulsa o grupo do lugar. Seis, cinco. Surge a ideia de estender as comemorações para a casa de Julia, melhor amiga de Alex. Quatro, três. Enquanto a música alta preenche o apartamento e já não se sabe quem são metade das pessoas dançando na sala, Alex procura imediatamente um banheiro. Dois. Pelos corredores, a caminho do lavabo dos fundos, Alex é empurrada para dentro de um quarto escuro. Um. Sozinha, com medo e no breu, ela é violada sexualmente por um homem do qual é incapaz de identificar.
É nessa contagem regressiva brutal que o filme A Fúria dá início à jornada de luto de sua protagonista: pedindo que o espectador idealize e viva junto a dor de Alexandra. "Tinha visto muitos filmes em que a cena de violação era uma sequência muito sensacionalista", comentou a diretora Gemma Blasco em entrevista exclusiva para o AdoroCinema. "Não queria criar mais e novas imagens de violência sexual na mente do público. Como se precisássemos alimentar mais nossos imaginários a respeito disso. Cogitei, então, não incluir a cena no filme, mas acho que, dessa forma, perderíamos muito em termos de ponto de vista"
A solução que Gemma encontrou justamente convida o espectador para dentro da narrativa, assim como aproveita as potencialidades do meio audiovisual, explorando o som como recurso est&
Artigo original publicado em AdoroCinema
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