Depoimento de ex-Menudo pode mudar destino dos irmãos Menendez, condenados por matar os pais nos EUA
Roy Rosselló afirmou que foi abusado sexualmente pelo José Menendez em três ocasiões, incluindo no Brasil
O ex-cantor do Menudo Roy Rosselló quebrou o silêncio após suas acusações contra José Menendez, pai dos irmãos Menendez, renderem uma importante vitória judicial à dupla, atualmente presa pelo assassinato dos pais.
Um juiz de Los Angeles decidiu que duas provas apresentadas pelos irmãos em um pedido de habeas corpus poderiam ter mudado o resultado do julgamento. As evidências incluem a carta de Erik Menendez enviada ao primo, onde descreve os abusos sexuais que teria sofrido do pai, e a acusação de Rosselló contra José Menendez, ex-executivo da gravadora RCA.
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Essas provas não foram apresentadas ao júri durante o segundo julgamento dos irmãos, em 1995.
Rosselló declarou ao The Sun que seu depoimento "não foi em vão". Aos 55 anos, o ex-cantor porto-riquenho surgiu com as acusações em 2023, no documentário Menendez + Menudo: Boys Betrayed. Ele afirma ter sido abusado sexualmente por José Menendez em sua casa, em Nova Jersey, em 1983.
"Na minha visão, essas pessoas (os irmãos Menendez) são sempre vítimas inocentes. Suas almas foram perdidas, condenadas e mutiladas, sem esperança, futuro ou destino, desde o dia em que seu pai começou a abusar deles", disse o artista.
"O juiz tomou uma decisão sábia e prudente. Agora é hora de o sistema implementar mudanças em várias áreas, principalmente em relação ao prazo de prescrição desses crimes".
Na decisão de 7 de julho, o juiz William Ryan afirmou que tanto o testemunho de Rosselló quanto a carta escrita por Erik em 1988 poderiam ter influenciado o resultado do julgamento.
A carta, escrita oito meses antes dos assassinatos de José e Kitty Menendez, descreve abusos sexuais e medo constante:
"Tenho tentado evitar o pai. Ainda está acontecendo, Andy, mas agora está pior para mim. Não sei explicar. Ele está tão acima do peso que não suporto vê-lo. Nunca sei quando vai acontecer e isso está me deixando louco", escreveu Erik.
"Todas as noites fico acordado achando que ele pode entrar. Eu sei o que você já me disse, mas estou com medo. Você não conhece meu pai como eu. Ele é louco! Ele já me avisou centenas de vezes para não contar a ninguém, especialmente ao Lyle".
Durante o segundo julgamento, em 1995, o juiz da época limitou severamente as informações e testemunhos sobre os supostos abusos. Agora, o juiz Ryan deu 30 dias para que o promotor de Los Angeles, Nathan Hochman, explique por que os irmãos Menendez devem continuar presos. Hochman já havia considerado a carta de Erik "pouco confiável" e o depoimento de Rosselló "inadmissível". Rosselló, por sua vez, acusou o promotor de tentar esconder erros do passado.
Em maio, Rosselló entrou com um processo civil contra Edgardo Díaz, ex-empresário do Menudo. Segundo a ação, Díaz teria abusado e explorado sexualmente o cantor desde os 13 anos, inclusive o retirando da escola sem consentimento dos pais.
Ele alegou ter sido abusado três a quatro vezes por semana durante as turnês com o Menudo, em locais como Nova York, Califórnia, Texas, Flórida, Havaí, Bahamas, América do Sul e Guam.
O processo também afirma que Díaz facilitou encontros entre Rosselló e José Menendez, o que teria levado a mais episódios de abuso. Segundo Rosselló, além do episódio em Nova Jersey, houve também um encontro em um hotel de Nova York em 1984, após uma apresentação no Radio City Music Hall, e outro no Brasil, onde Menendez o teria estuprado na presença de Díaz. Díaz nega todas as acusações.