Atriz francesa diz que gravar no Rio foi "maravilhoso"
Mal Irène Jacob se acomoda para conversar com o pequeno grupo de jornalistas e a primeira pergunta já inclui o nome de Krzysztof Kieslowski. É impensável entrevistar a bela atriz francesa - e charmosa também - sem relembrar a parceria dela com o diretor polonês em dois filmes, A Dupla Vida de Véronique e A Fraternidade É Vermelha, este o fecho da trilogia baseada nas cores e nos lemas franceses.
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Mas Irène está na Berlinale para falar de seu personagem em The Dust of Time, do grego Theo Angelopoulos. Ela diz que não há muita comparação possível entre os dois cineastas a não ser o estilo cuidadoso e detalhista de ambos no decorrer das filmagens. "Antes de diretores, no sentido técnico do termo, eles são homens muito cultos, intelectualizados, o que gera uma exigência maior natural de nós atores; Kieslowski (morto em 1996) era de poucas palavras, poucas e precisas; Angelopoulos também".
Sua personagem no segundo filme da trilogia de Angelopoulos começa jovem, numa União Soviética à beira do colapso com a morte de Stalin, e segue até a velhice com o marido (Michel Piccoli) e o filho (Willem Dafoe) na Alemanha. É muito diferente do papel que ela prefere não adiantar muito no filme do americano Jonathan Nossiter, diretor casado com uma brasileira e radicado no Rio de Janeiro. Foi ali que ele filmou com Jacob e a atriz inglesa Charlotte Rampling a fita Estrangeiros no Rio, também batizada com o título de trabalho de Gringos no Rio.
"São personagens bem distantes a minha Eleni de Angelopoulos e a esta jovem que começa a conhecer o Rio de Janeiro", ela despista. "Mas posso dizer que foi maravilhoso estar lá, sem muita oportunidade para diversão ou praia, porque tínhamos muito trabalho".
