Adriane Galisteu diz que ferida da morte de Ayrton Senna nunca será curada: 'Não consigo esquecer'
A apresentadora lança na próxima quinta-feira, 6, uma série sobre o relacionamento que teve com a lenda do automobilismo
Adriane Galisteu define o relacionamento de um ano e meio que teve com Ayrton Senna como um "conto de fadas às avessas". Aos 19 anos, quando conheceu o piloto de Fórmula 1, viveu momentos alegres e se deslumbrou com a vida ao lado do tricampeão mundial, mas essa realidade chegou ao fim de forma abrupta com a trágica morte do ídolo do automobilismo em acidente no Circuito de Ímola, na Itália, em 1º de maio de 1994.
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Com a morte de Senna, Galisteu se viu sem chão, sem dinheiro e incapaz de trabalhar como modelo, já que nenhuma marca queria contratá-la, uma vez que ela representava o luto de um país inteiro. São esses momentos que ela relembra na série documental Ayrton Senna Por Adriane Galisteu, que estreia na próxima quinta-feira, 6, na HBO Max.
"Quis largar a série no meio várias vezes. Várias vezes eu desisti. Não queria cutucar essa ferida, já cutuquei na terapia há anos. Por que vou cutucar de novo? Vou colocar o dedo e vai sangrar. Não queria", diz a apresentadora em entrevista ao Terra.
"Essas feridas não estão curadas e nunca serão. Elas estão guardadas. Essas gavetas foram trancadas por mim porque não queria mexer nelas e queria esquecer isso. Mas a gente não consegue esquecer. Quando pensava que estava esquecendo, alguém me lembrava", completa.
A comunicadora nem teria começado a tocar a série se não fosse pelo apoio do marido, o empresário Alexandre Iódice, que a convenceu que o público tem interesse em conhecer a história e que o momento ideal era este ano, o mesmo em que foi lançada a série Senna, da Netflix, na qual a história de Senna e Galisteu teve um tempo ínfimo de tela.
"O meu marido foi um entusiasta para isso acontecer. Ele é o meu chão. Além de ser pai do maior amor da minha vida, ele é meu companheiro, trabalha comigo, me ajuda a viver todos os dias um pouco melhor. Ele falou: 'Ou você vai contar agora, ou você não vai contar mais. Eu como fã, que sou seu marido, estou pedindo para você contar. Imagina aquela pessoa que nunca nem te viu?'. Comecei a parar para ouvi-lo e achei que ele tinha razão."
A produção é dividida em dois episódios, que giram em torno de como foi o relacionamento entre a apresentadora e o piloto. Para contar essa história, a produção conta também com depoimentos de outras pessoas que conviveram com o atleta. Um dos destaques é Luíza Eugênia Konder, viúva do empresário Antônio Carlos de Almeida Braga, conhecido como Braguinha.
Segundo Galisteu, a série é também uma homenagem a Braguinha. Foi o empresário quem pediu o número de telefone dela em nome de Senna e era visto como uma figura paterna pelo piloto. Além disso, foi ele quem abrigou Adriane em sua casa, em Portugal, onde ela viveu de favor por um ano até conseguir retomar a carreira como modelo e apresentadora depois do acidente de Ayrton.
"Quis colocar gente importante na vida do Ayrton, que de alguma forma foram muito importantes na minha. Perdi muita gente nesse processo. Muita gente com quem convivemos, nunca mais me olhou. Quem continuou comigo de alguma maneira, mesmo que distante, mas que me tratou com respeito, que cuidou de mim, que me ajudou, está todo mundo aí."
Galisteu não esconde a apreensão antes da estreia do documentário e torce para que o público compreenda o que ela viveu na juventude ao lado de Senna, pois mostrou na série uma versão de si mesma diferente daquela que o telespectador está acostumado a acompanhar na televisão. "É uma Adriane muito vulnerável. As pessoas precisam entender essa menina de 19 e 20 anos. Não sei como isso vai ser, mas estou na torcida para que as pessoas gostem muito. Fiz com todo amor do mundo, com muito medo, mas confiando nos profissionais envolvidos."
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