A grande proibição que Martin Scorsese impõe aos seus atores
De acordo com montadora Thelma Schoonmaker, diretor odeia tanto quando fazem algo específico em cena a ponto de ela cortar essas tomadas direto
Martin Scorsese não só é um dos maiores diretores vivos, como também um dos mais reconhecíveis. E algo que ele odeia ver seus atores fazer envolve uma parte muito famosa de sua aparência.
Em entrevista de 2020 à BBC (via Far Out), a montadora Thelma Schoonmaker, com quem o cineasta trabalhou a maior parte de sua carreira, revelou que Scorsese não suporta quando atores recorrem às suas sobrancelhas como elemento de interpretação. Por isso, ela nunca aproveita tomadas nas quais isso acontece.
A profissional contou:
"Ele odeia quando um ator usa as sobrancelhas para enfatizar algo. Ele não permite movimento de sobrancelha."
A ironia dessa proibição é evidente a qualquer um que já tenha visto Martin Scorsese. Seu traço físico mais reconhecível é justamente suas sobrancelhas.
Como é trabalhar com Martin Scorsese
Quanto ao resto do processo de montagem, Schoonmaker afirmou que não existem divergências entre os dois. A relação profissional é longa o suficiente para ambos conhecerem seus gostos e desgostos.
Ela explicou:
"Nunca há brigas entre nós. Eu apresento opções para ele. Muitos montadores e diretores brigam por causa de filmes. É uma batalha de egos, e isso é horrível para o filme. Felizmente - ele me treinou, afinal -, eu sei do que ele gosta e do que não gosta."
História da parceria
Thelma Schoonmaker e Martin Scorsese se conheceram no começo dos anos 1960 quando ainda eram estudantes da New York University. A montadora chegou a trabalhar no longa de estreia do cineasta, Who's That Knocking at My Door (1967), estrelado por outro colega deles de curso superior, Harvey Keitel.
A parceria só seria restabelecida em longas com Touro Indomável (1980), pelo qual Thelma ganhou o Oscar de Melhor Montagem. Desde então, ela montou todos os filmes de Scorsese e venceu mais duas estatuetas, por O Aviador (2004) e Os Infiltrados (2006).
Ao todo, Schoonmaker recebeu nove indicações ao prêmio da Academia. A mais recente delas veio por seu trabalho no filme Assassinos da Lua das Flores (2023).