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'400 contra 1' focaliza politização do crime organizado

5 ago 2010 - 10h28
(atualizado às 12h41)
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O filme

Foto: Reprodução
400 contra 1 - Uma História do Crime Organizado

, que estreia em circuito nacional, é uma nova versão de um episódio verídico retratado de forma mais bem-sucedida no drama

Quase Dois Irmãos

(2004), de Lúcia Murat. No centro da trama dos dois longas está o confinamento de presos comuns ao lado de presos políticos em pleno auge da ditadura, nos anos 1970, e a influência de um grupo sobre o outro.

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A história que o diretor Caco Souza procura contar em 400 contra 1 é a de William da Silva Lima (Daniel de Oliveira, de A Festa da Menina Morta), audacioso assaltante de bancos. Ele e seu bando são criminosos comuns, mas, dentro do presídio de Ilha Grande (RJ), descobrem a disciplina dos presos políticos, bem como as vantagens que podem obter mediante sua própria organização. Assim, teoricamente, nascia a hoje temida facção do Comando Vermelho.

Essa é a premissa do filme, que parte do livro autobiográfico do próprio William Silva Lima. O que se vê na tela, no entanto, é uma profusão de cadáveres que só não é maior do que a confusão gerada pelas idas e vindas no tempo do roteiro, de Victor Navas e Julio Ludemir. A opção por flashbacks sucessivos cria uma narrativa truncada e não permite o desenvolvimento efetivo dos personagens.

Enquanto a diretora Lúcia Murat, em Quase Dois Irmãos, percorreu um viés político-social, Caco Souza procura enfatizar um aspecto policial e pop na história, na qual o que conta são os litros de sangue jorrando e cartelas indicando o ano em que cada ação acontece. Se a intenção foi lembrar algo como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, do cineasta inglês Guy Ritchie, o diretor alcançou o seu objetivo.

Estreante em ficção, Souza assinou alguns documentários. Entre eles, a origem deste projeto, um curta chamado Senhora Liberdade (2004), em que entrevistou o verdadeiro William que, na época, estava no Presídio Ari Franco. Desde 2008, ele está foragido.

Em 400 contra 1, bons atores como Oliveira, Daniela Escobar, Branca Messina e Fabrício Boliveira parecem perdidos em meio a personagens que são clichês ambulantes, desprovidos de personalidade ou profundidade, falando diálogos ruins em meio ao ir e vir frenético da história.

Apesar do esforço para inscrever-se no gênero thriller, faltam a 400 contra 1 requisitos básicos, como uma narrativa de bom ritmo e personagens interessantes. Fica a sensação de que havia ali uma boa história para se contar, mas muitos floreios visuais e narrativos impediram-na de acontecer.

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