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Coleção de Livros: Tamara Klink indica dez leituras - de clássicos da navegação a Guimarães Rosa

Velejadora revela alguns dos títulos que leu durante o inverno no Ártico e mostra acervo da família; veja vídeo

10 abr 2025 - 17h13
(atualizado às 17h27)
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A biblioteca da família Klink tem uma série de obras sobre navegação, mas também conta com clássicos da literatura. Durante mais um episódio da série Coleção de Livros, a velejadora e escritora Tamara Klink destacou leituras que fez durante seu período de invernagem no Ártico e títulos que foram inspiração para suas viagens. Confira a lista:

'La longue route', de Bernard Moitessier

"Eu aprendi francês para ler esse livro", diz Tamara. "É a história de um navegador que está dando uma volta ao mundo em corrida, mas ele gosta tanto de navegar que, em algum momento dessa volta ao mundo, decide largar a disputa e se instalar no Taiti. Também foi um livro importante para fazer amigos nos portos, porque todos os navegadores com mais de 50 anos na França leram e gostam muito."

'Grande Sertão: Veredas', de Guimarães Rosa

"Eu li durante o inverno na Groenlândia. Já tinha tentado ler muitas vezes, o primeiro, o segundo terço... Mas lá na invernagem eu tinha, finalmente, muito tempo pra ler. Então eu enfrentei o Grande Sertão, que é o meu livro preferido, acho que todo mundo devia ler. Só que, infelizmente, eu não tinha uma edição física, então me contentei com um arquivo em PDF do celular."

'Knulp', de Herman Hesse

"Eu adoro. São três contos sobre um andarilho. É um livro que leio todos os anos e também li lá na invernagem."

'Assim falou Zaratustra', de Friedrich Nietzsche

"É engraçado porque no início do livro, o autor conta a história de um homem que viveu 12 anos no alto de uma casa, de uma montanha, e desceu para a sociedade para falar a sua palavra para as pessoas. E aí eu pensava: "Nossa, ele ficou 12 anos sozinho. Como deve ser?" E aí eu lembrei: "Calma, eu estou totalmente sozinha." Às vezes, eu nem lembrava mais disso. Às vezes eu tinha a sensação de ter alguém lá comigo. Alguém invisível, que não falava, que não reagia, mas que estava lá."

'Le Grande Hiver', de Sally Poncet

"É uma outra obra em francês e foi este livro que motivou meu pai [o velejador Amyr Klink] a fazer sua invernagem. Conta a expedição de Sally e Jérôme Poncet à Antártida, num momento em que a região era vista como um lugar muito inacessível. Só quem ia até lá eram cientistas. Era muito raro ir por prazer. Eles vão num barco relativamente pequeno e, a certa altura, Sally descobre que está grávida há vários meses."

'Paratii: entre dois pólos', de Amyr Klink

"Quando meu pai invernou, ele só tinha o livro de Sally como inspiração. Eu também pude ter o dele. Durante a invernagem eu reli, e era muito legal poder ver coisas que meu pai tinha descrito, alguns fenômenos que ele viu com os próprios olhos e que eu estava vendo no momento em que eu lia."

'O último lugar da Terra', de Roland Huntford

"Minha mãe [Marina Klink] também é muito aficionada por esse livro. Já leu não sei quantas vezes. E ver que meus pais gostavam dessa literatura também muito me dava vontade de gostar também."

'Escute as feras', de Nastassja Martin

"Tive muita sorte de participar de uma mesa com a Nastassja na Flip [Festa Literária Internacional de Paraty]. E inclusive pedir algumas dicas. Esse foi um livro que me marcou bastante. Por coincidência, recebi de presente de muitas amigas. Ela narra o acidente que teve com um urso, como ele deformou uma parte do rosto dela e quase a matou. Mas além de alertar para o cuidado com os ursos ferozes, Nastassja também olha para si e fala sobre ter muito cuidado com a chance de ficar louca."

'A incrível viagem de Shackleton: A mais extraordinária aventura de todos os tempos', de Alfred Lansing

"Para a literatura de exploração, é um personagem muito chamativo, porque ele fez uma viagem impressionante, com outros 24 caras. Eles quase morreram várias vezes, perderam o navio Endurance, ficaram naufragados na Antártida, andando e vivendo em cima de pedaços de gelo durante pelo menos dois invernos. E mesmo com pouquíssimas chances de sobreviver, eles continuaram carregando os diários e algumas das fotografias, que depois inspiraram livros, exposições e filmes."

'North To The Night', de Alvah Simon

"É um livro que eu ganhei de um outro velejador quando eu estava lá. Depois, descobri que meu pai também tinha aqui. Ele descreve a invernagem do autor no Canadá em 1992. Ele estava a poucos quilômetros de onde eu passei o inverno, mas no lugar onde ele atracou havia muitos ursos polares. Foi uma leitura interessante, mas é uma obra que segue a linha mais tradicional da literatura de exploração, que é do elogio, da virilidade e de uma certa romantização do sofrimento, que eu não gosto."

Estadão
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