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Alegria e protestos: a primeira noite de desfiles no Rio

Sete escolas estiveram na Sapucaí; Mangueira e Paraíso do Tuiuti se destacaram por protestos na avenida

12 fev 2018 - 09h40
(atualizado às 11h34)
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Não faltou a tradicional alegria no primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Rio Janeiro; um quesito sempre marcante na avenida e arquibancadas da Sapucaí.

Passista da Mocidade
Passista da Mocidade
Foto: Futura Press

Mas o tom de protesto também chamou a atenção desde o início da festa, que começou na noite desse domingo e terminou já sob os primeiros momentos da manhã desta segunda-feira. Sete escolas desfilaram: Império Serrano, São Clemente, Vila Isabel, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio, Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel.

Sete escolas desfilaram na primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro
Sete escolas desfilaram na primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Império Serrano

A rainha da bateria Milena estreou na elite do Carnaval carioca.
A rainha da bateria Milena estreou na elite do Carnaval carioca.
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

A Império voltou a desfilar na elite do Carnaval carioca após sete anos e foi a responsável por iniciar os trabalhos. Com o samba-enredo “O Império do samba na rota da China”, a escola também destacou uma homenagem ao sambista Arlindo Cruz, que se recupera de um AVC. Para isso, a equipe apostou em uma ala com 180 membros, com artistas usando camisas com frases de apoio ao artista. A mulher dele, Babi Cruz, e o filho, Armadinho, estiveram na passarela. Estreante na divisão principal, Milena Nogueira comandou a festa da bateria. Para apresentar enredo, foram usados elementos da cultura e história do país oriental.

São Clemente

Cultura oriental foi destaque no desfile da São Clemente
Cultura oriental foi destaque no desfile da São Clemente
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Com o tema “Academicamente Popular”, a São Clemente foi a segunda desfilar na Sapucaí. A proposta foi homenagear os 200 anos da Escola de Belas Artes (EBA) do Rio de Janeiro. Assim, obras e estudantes da instituição inspiraram toda a apresentação da escola, como fantasias pintadas à mão, além de alas formadas por carnavalescos da instituição. Fantasiada de índia, Raphaela Gomes não comentou a polêmica em torno da indumentária.

Vila Isabel

Sabrina Sato arrasou novamente à frente da bateria da Vila Isabel
Sabrina Sato arrasou novamente à frente da bateria da Vila Isabel
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

“Corra que o futuro vem aí" foi o samba-enredo que embalou o desfile da Vila Isabel, a terceira a desfilar. Com uma pegada futurista, a agremiação apostou em elementos tecnológicos, como círculos com projeção 3D e uma saia de led da porta-bandeira. Ainda vale destacar a sempre marcante participação da rainha da bateria, Sabrina Sato, além de Martinho da Vila, o presidente de honra da Vila, e que completa 80 anos nesta segunda-feira.

Paraíso do Tuiuti

A partir daí o tom da noite/madrugada foi diferente. Ao recontar a história da escravidão, com o enredo "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?", a escola trouxe ao sambódromo a discussão sobre a polêmica Reforma da Previdência e trabalhista. O samba-enredo remente aos 130 anos da  Lei Áurea, com críticas ao racismo e situação do trabalhador brasileiro atualmente. Mas o destaque mesmo ficou por conta da presença de um presidente vampiro em um dos carros, em uma imagem que lembra o a figura de Michel Temer. Caroline Marins foi a rainha da bateria.

Paraíso do Tuiuti adotou tom de protesto durante o desfile
Paraíso do Tuiuti adotou tom de protesto durante o desfile
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

Grande Rio

Fortes emoções marcaram o desfile da Grande Rio, que teve de superar a quebra do último carro, levando a um atraso de cinco minutos. O enredo cantando foi "Vai para o trono ou não vai?", a escola apresentou uma homenagem a Chacrinha. A rainha da bateria foi Juliana Paes, que voltou a desfilar após dez anos e novamente se destacou. Além disso, outras personalidades, como Thayla Ayala, Gretchen, Wanderléa, Paloma Bernardi, Rita Cadilac, e David Brazil estiveram no desfile. Coube ao ator Stepan Nercessian interpretar o irreverente apresentador.

Grande Rio apostou na homenagem ao saudoso Chacrinha
Grande Rio apostou na homenagem ao saudoso Chacrinha
Foto: REUTERS/Pilar Olivares

Mangueira

Com a chegada da tradicional Mangueira, a volta do clima de protesto voltou à Sapucaí. O tema deste ano foi "Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco" e fez um protesto pelo corte de verbas da prefeitura do Rio de Janeiro à festa. E outro político, Marcelo Crivella, prefeito carioca, foi alvo de críticas em um dos carros alegóricos. O estilo saudosista foi outra marca da passagem pela agremiação na avenida. Grandes figuras do samba, como Alcione, Leci Brandão e Alexandre Pires também estiveram na festa, que teve Evelyn Bastos como rainha da bateria.

Desfile da Mangueira foi marcado pro protesto contra corte de verbas do governo
Desfile da Mangueira foi marcado pro protesto contra corte de verbas do governo
Foto: REUTERS/Pilar Olivares

Mocidade Independente de Padre Miguel

No encerramento dos desfiles do grupo especial, a Mocidade Independente de Padre Miguel destacou as culturas brasileira e indiana, com o tema: “Namastê... A estrela que habita em mim saúda a que existe em você". Mais uma vez, a aposta foi nos efeitos especiais, que foram utilizados para representar figuras emblemáticas do universo religioso e cultural indiano. Camisa Silva foi a rainha de bateria.

Mocidade exaltou a cultura da Índia, no encerramento da primeira noite de desfiles
Mocidade exaltou a cultura da Índia, no encerramento da primeira noite de desfiles
Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

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