Bateria de escola do Rio desfila com instrumentos africanos
Instrumentos africanos, como xequerês, afoxés, timbaus e agogôs de duas bocas estarão na primeira fila da bateria da escola Cubango, que desfilará na terça-feira pelo Grupo Rio de Janeiro 1. Mestre Gilmar diz que a idéia é contextualizar os ritmistas da Verde-e-Branca de Niterói com o enredo Afoxé, de autoria dos carnavalescos Léo Morais e Sérgio Silva.
Os 200 ritmistas, segundo ele, realizarão bossas com referências afros. De acordo com o comandante Gilmar, vem sendo desenvolvida uma espécie de marca para a bateria da escola.
"Aqueles que me conhecem, sabem que minha paixão é o surdo de terceira marcação, com o qual desfilei durante 15 anos. Assim sendo, estou trabalhando muito em cima desse instrumento. Mas o que quero mesmo é dar uma identidade à bateria da Cubango, que tem toques de caixa diferenciados. As caixas, ao contrário do Carnaval passado, estão rufando, em oito tempos, dois compassos. Pra que conseguíssemos dar início a esse trabalho de caracterização, escolhemos um dia, as terças-feiras, para sempre fazermos o ensaio da bateria, sozinha", explicou.
No que se refere à bateria da Cubango, um número, contudo, de certa forma assusta: em 5 anos, Gilmar é o terceiro mestre que chega à agremiação. Ciente disso, ele ressalta que seu objetivo maior é trazer a comunidade para a bateria, formar ritmistas para a escola, para que não seja necessário complementar o segmento com ritmistas vindos das co-irmãs.