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'Igor Melo não é bandido': ministra Aniele Franco protesta por universitário baleado por PM

Reportagem do Terra registrou ministra e Conceição Evaristo na Marquês de Sapucaí (RJ)

3 mar 2025 - 03h57
(atualizado às 05h44)
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Anielle Franco e Conceição Evaristo fazem protesto na Avenida
Anielle Franco e Conceição Evaristo fazem protesto na Avenida
Foto: Reportagem do Terra | Éros Mendes

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial do Brasil, juntamente com a escritora e linguista Conceição Evaristo, protestou na madrugada de domingo, 2, para segunda-feira, 3, durante o desfile da Mangueira no carnaval do Rio de Janeiro.

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Ambas posaram para uma foto segurando uma camiseta com os dizeres: “Igor Melo não é bandido”. A frase faz referência ao caso do universitário que foi baleado por um ex-policial militar ao ser confundido com um assaltante.

Na parte inferior, a camiseta também traz outra frase de impacto: "Bandido é quem atira contra trabalhador", uma crítica ao agente público. Para complementar, a peça de roupa contém um retrato do universitário e a "#JustiçaPorIgor".

Nos registros feitos pela reportagem do Terra, é possível ver a ministra Anielle, a escritora Conceição Evaristo e outras duas pessoas posando enquanto seguram a camiseta. Ao fundo, aparecem outros destaques do carro alegórico.

O que aconteceu com Igor Melo?

Igor Melo atua também como jornalista
Igor Melo atua também como jornalista
Foto: Reprodução

No dia 25 de fevereiro de 2024, Igor deixava a boate em que trabalhava em uma moto de serviço de aplicativo quando, segundo sua esposa, teria sido confundido com um bandido. Uma mulher alegou ter tido o celular roubado, e seu marido, policial da reserva, efetuou o tiro que atingiu o universitário. A polícia afirma que o condutor da moto teria sido identificado como o responsável pelo assalto.

Os disparos contra o estudante foram efetuados supostamente por Carlos Alberto de Jesus, marido de Josilene da Silva Souza, que diz ter sido assaltada. Igor foi levado para o hospital Getúlio Vargas, na região da Penha, e mantido sob custódia até que policiais da 21ª DP (Bonsucesso) foram ao hospital para colher o depoimento do universitário e de sua família, além do piloto que conduzia a moto no momento do ocorrido. Todos foram liberados em seguida.

O universitário, que tem um filho de apenas dois anos, perdeu um rim devido ao ataque sofrido. A esposa de Igor informou em publicação no X (antigo Twitter) que ele não está em estado grave e já está consciente. O Botafogo, clube pelo qual Igor torce, manifestou-se nas redes sociais em sua defesa, pedindo justiça e elucidação dos fatos.

Em contato com a reportagem do Terra, por meio de nota, a Polícia Civil declarou que os fatos estão sendo investigados pela 22ª DP (Penha). Confira a íntegra da nota:

"A investigação está em andamento na 22ª DP (Penha). O homem foi ouvido no hospital. Os agentes buscam imagens de câmeras de segurança e outros elementos que comprovem a real dinâmica dos fatos. Todas as evidências serão analisadas, a fim de apurar a conduta e a responsabilidade de todos os envolvidos, bem como os crimes que possam ter sido praticados."

Família de Igor Melo se pronuncia

Igor Melo
Igor Melo
Foto: Reprodução

Em entrevista ao Terra, a prima do estudante, Pâmela Carvalho, relatou que os dias têm sido de luta constante. De acordo com ela, a família acreditava que Igor tinha sofrido uma tentativa de assalto e só descobriu que ele havia sido alvo de um policial quando chegou ao hospital.

“Ao chegar ao hospital, recebemos a notícia de que, na verdade, meu primo tinha sido acusado injustamente de assaltar uma pessoa. Ficamos totalmente transtornados, porque conhecemos o caráter e a índole do Igor. Sabíamos que ele estava trabalhando. Sabíamos que o Igor é incapaz de qualquer tipo de violência contra qualquer pessoa”, desabafou.

Ela explicou que Igor ficou inicialmente em custódia no hospital e só começou a apresentar melhora após conseguir a liberdade. “Ele foi tratado como criminoso, estava preso dentro do hospital”, pontuou. Segundo os parentes do rapaz, atualmente, estão contando com o apoio do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN) para a parte jurídica, pois entendem que a política de segurança pública é racista e violenta.

“Sofro o crime ou a pessoa que eu conheço sofre um crime, e eu me sinto no direito, por ser policial, mesmo que na reserva, de sair investigando e atirando em alguém que eu acho que pode ser o criminoso. Ou seja, uma política de fazer, entre muitas aspas, justiça com as próprias mãos. [...] Estamos correndo atrás desse processo porque as famílias do meu primo e do Tiago (motorista da moto) precisam tanto da responsabilização desses criminosos e queremos reparação”, afirmou.

Fonte: Redação Terra
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