Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Bienal de São Paulo: 6 artistas brasileiros para conhecer, rever e prestar atenção

A 36ª edição do maior evento de arte da América Latina começa neste sábado, 6, com nomes históricos e em ascensão do cenário artístico do País

5 set 2025 - 09h41
Compartilhar
Exibir comentários

Se um dos principais objetivos da Bienal de São Paulo é apresentar artistas e fortalecer a cultura brasileira, não faltarão bons representantes na 36ª edição da mostra. O principal evento de arte do Brasil começa neste sábado, 6, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, e vai até o dia 11 de janeiro.

O período de visitação cresceu em um mês com relação à edição de 2023, quando 662 mil pessoas passaram pelo pavilhão. A expectativa é que esse número cresça com a ampliação do tempo expositivo. O objetivo é democratizar ao máximo o acesso à arte, algo que também se reflete na curadoria.

Serão 120 artistas unidos pelo tema Nem Todo Viandante Anda Estradas - Da Humanidade Como Prática, é emprestado do poema Da Calma e do Silêncio, de Conceição Evaristo. Dentre os brasileiros presentes no evento, vale prestar atenção a alguns nomes que vêm se destacando no cenário artístico nacional:

Antonio Társis (Salvador, 1995)

Nascido em 1995 e criado na favela do Arraial do Retiro, em Salvador, Társis é um dos artistas em ascensão no cenário artístico brasileiro e um dos maiores exemplos de resiliência desta Bienal: cresceu sem pai e perdeu a mãe aos 14 anos para o câncer. Foi aí que começou a explorar a criação artística a partir de objetos que encontrava na rua.

Em 2016, ele venceu o Prêmio EDP nas Artes, iniciativa do Instituto EDP e do Instituto Tomie Ohtake. Desde então, teve obras expostas nos Estados Unidos, em Portugal, na Inglaterra e na França. Seu trabalho usa, principalmente, materiais como pólvora, carvão e caixas de fósforos.

Na Bienal, ele desenvolveu uma série inédita a partir de experimentos com sons. Ele contou com a ajuda de 25 pessoas para montar a instalação, inspirada pelo samba do baiano Batatinha e por canções da cabo-verdiana Cesária Évora. Há oito anos, Társis mora em Londres, no Reino Unido.

Instalação de Antonio Társis na 36ª Bienal de São Paulo.
Instalação de Antonio Társis na 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal/Divulgação / Estadão

Gê Viana (Santa Luzia, 1986)

Artista visual de Santa Luzia, no Maranhão, Gê Viana é a primeira mulher maranhense a expor na Bienal de São Paulo. Seu trabalho articula suas origens indígenas, o corpo e as noções de espaço doméstico e urbano com a memória individual e coletiva a partir de colagens digitais e manuais, pinturas e técnicas como lambe-lambe.

Em 2020, Gê venceu o Prêmio PIPA, um dos mais importantes da arte brasileira, e já integrou a Bienal das Amazônias (Belém, 2023), o 38º Panorama da Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2024), a mostra Histórias brasileiras, do MASP (2022) e a Borås Art Biennial, na Suécia. (2024). Tem obras expostas na Pinacoteca de São Paulo e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Na 36ª Bienal, ela expõe a instalação A Colheita de Dan (2025), composta por um paredão de som que toca ritmos do reggae, principalmente, e é acompanhado por fotos, colagens manuais e lonas.

Instalação de Gê Viana na 36ª Bienal de São Paulo .
Instalação de Gê Viana na 36ª Bienal de São Paulo .
Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal/Divulgação / Estadão

Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro, 1898-1966)

?Nascido no Rio de Janeiro em 1898, Heitor dos Prazeres foi um pouco de tudo: sambista nato, compositor, cantor, marceneiro, sapateiro, alfaiate e, claro, artista plástico. Começou a pintar por conta própria, retratando a vivência na periferia do carioca, das rodas de samba às mesas de bar e outras festividades diárias.

Seu destaque na Bienal é simbólico: o artista esteve presenta na primeira edição do evento, em 1951, com a obra Moenda. Na segunda edição, o pintor ganhou uma sala especial. Desde então, se consolidou como um dos nomes mais importantes da arte brasileira, com obras em acervos do museus brasileiros, como o Masp e o Museu Afro Brasil, e do exterior, como o Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. ?Na 36ª Bienal, Heitor dos Prazeres ganhou uma parede especial para suas obras. Veja:

Vista da instalação de Heitor dos Prazeres durante a 36ª Bienal de São Paulo.
Vista da instalação de Heitor dos Prazeres durante a 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan/ Fundação Bienal/Divulgação / Estadão

Maria Auxiliadora (Campo Belo, 1935-São Paulo, 1974)

Outro nome histórico da 36ª Bienal, Maria Auxiliadora só teve o reconhecimento devido por grande parte da comunidade artística brasileira depois de sua morte. Em 2018, foi tema de uma grande exposição no Masp e atualmente suas obras estão expostas no museu paulistano, no Museum of Fine Arts, em Boston (EUA), e no Musée d'Art Naïf et des Arts Singuliers, em Laval (França).

Pintora autodidada, ela ganhou notoriedade ao representar o cotidiano e as tradições populares. Frequentou um grupo liderado pelo poeta Solano Trindade em Embu das Artes, quando desenvolveu técnicas próprias em que registrava muito da cultura negra e de ritos de religiões de matriz africana, como a capoeira, por exemplo.

Maria morreu aos 39 anos, vítima de um câncer. Na 36ª Bienal, suas obras ganham destaque em um mural, assim como as de Heitor dos Prazeres.

Obras de Maria Auxiliadora na 36ª Bienal de São Paulo.
Obras de Maria Auxiliadora na 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal/Divulgação / Estadão

Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990)

Em quase uma década desde que se formou em design pela PUC-Rio, Maxwell Alexandre rapidamente se tornou um dos grandes destaques das artes plásticas no Brasil: venceu o Prêmio PIPA em 2021, integrou a seleção de Artistas do Ano do banco alemão Deutsche Bank em 2020, e, três anos depois, foi eleito Homem do Ano na Cultura pela revista GQ Brasil.

Suas obras estão em museus do Rio, da França, dos Estados Unidos, da Espanha e dos Emirados Árabes. Nascido na favela da Rocinha, Maxwell aposta em técnicas que vão além da pintura tradicional, algo que se evidencia no uso do papel pardo - o objetivo é dialogar com a noção de "pardo" no Brasil e as vivências comunidade negra, da violência ao orgulho.

Ele apresenta na 36ª Bienal a instalação Galeria 2 (2025), da série Cubo branco.

Instalação de Maxwell Alexandre na 36ª Bienal de São Paulo.
Instalação de Maxwell Alexandre na 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal/Divulgação / Estadão

Sallisa Rosa (Goiânia, 1986)

O trabalho de Sallisa Rosa é guiado pela relação do homem com a terra. Natural de Goiânia e descendente indígena, ela trabalha com fotografia, vídeo, performance e instalação, com suas obras físicas derivando principalmente do barro, com o objeto de estabelecer essa conexão entre os seres humanos e o solo.

Outro nome em ascensão e uma das principais expoentes da arte indígena, Sallisa atualmente participa da do ciclo 2023-2025 da residência artística na Rijksakademie, em Amsterdã. Suas obras estiveram em exposições na China, Estados Unidos e Suíça, além do eixo São Paulo-Rio, incluindo o acervo do Masp.

No primeiro piso da Bienal, Sallisa montou a instalação Muitos Nomes (2025), composta de seis blocos de "paredes" de mais de um metro de altura em formato de espiral feitos a partir de galhos de árvore.

Instalação de Sallisa Rosa na 36ª Bienal de São Paulo.
Instalação de Sallisa Rosa na 36ª Bienal de São Paulo.
Foto: Levi Fanan/Fundação Bienal/Divulgação / Estadão
Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade