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Roma descobre sala de 2 mil anos na mansão de Nero

Novidade foi revelada à ANSA e está próxima ao Coliseu

8 mai 2019 - 11h56
(atualizado às 13h15)
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Um grupo de arqueólogos italianos anunciou nesta quarta-feira (8), após dois mil anos, a redescoberta da Sala da Esfinge, que estava escondida no Domus Aurea (Casa Dourada), segunda mansão feita para o imperador romano Nero (37-68 d.C), localizado no Parque Arqueológico do Coliseu, em Roma. A descoberta, antecipada à ANSA, remonta ao final de 2018 e foi possível graças à instalação de um andaime para restaurar uma parte da sala 72 da Domus Aurea, uma das 150 conhecidas atualmente da mansão.

Domus Aurea,
Domus Aurea,
Foto: EPA / Ansa

"Nós nos deparamos com uma grande abertura ao norte da parede da sala. As lâmpadas que os técnicos tinham para iluminar a plataforma fizeram o resto. Com as luzes artificiais apareceu a circunferência de uma sala adjacente completa de afresco", explicou Alessandro D'Alessio, responsável pela Domus Aurea, em comunicado. Segundo D'Alessio, após encontrarem a grande sala, que é retangular e coberta de ricas decorações, sua equipe de restauro iniciou imediatamente uma intervenção para salvar o espaço. A iniciativa foi finalizada no começo de 2019. "Um tesouro que foi escolhido para ser colocado rapidamente em segurança, com uma intervenção que terminou no início deste ano. Pena que grande parte do novo salão ainda está enterrada", ressaltou o técnico. Por conta da falta de estabilidade de todo o complexo arqueológico, ainda não há previsão de uma data para a remoção da grande quantidade de terra que tem no local.

A "Domus Aurea", que começou a ser erguida em 64 d.C e foi finalizada quatro anos depois, foi uma das construções mais luxuosas da época de Nero. Suas salas eram revestidas com folhas de ouro e finalizadas com detalhes em marfim e pedras semi-preciosas. De acordo com os arqueólogos, a sala é decorada com afrescos de panteras, centauros, esfinges, pássaros exóticos e os deus Pã. O fundo branco do espaço possibilita o destaque de figuras demarcadas em bordados nas cores vermelho e dourado. Entre elas também há criaturas aquáticas reais e imaginárias. "Permaneceu na escuridão por quase 20 séculos. A Sala da Esfinge nos conta sobre a atmosfera dos anos do principado de Nero", explicou a diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, Alfonsina Russo, à Ansa. Segundo ela, essa novidade "é excepcional e emocionante". "É o fruto da nossa estratégia que se concentra na conservação e pesquisa científica".

A descoberta segue a recente abertura do "Domus Transitoria", o primeiro palácio de Nero no Monte Palatino, após 10 anos de uma delicada restauração. O local foi projetado para aliviar o imperador do calor sufocante do verão romano e foi devastado durante o incêndio de 64 d.C. Logo depois, Nero mandou construir o "Domus Aurea", um complexo luxuoso de edifícios com jardins, vinhedos e até um lago artificial.

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