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'Cinema brasileiro dá aula ao mundo', diz Carol Duarte

Atriz interpreta personagem misteriosa em seu 2º filme italiano

8 dez 2025 - 13h20
(atualizado às 14h17)
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Por Luciana Ribeiro - Considerada uma das revelações do cinema nos últimos anos, a atriz Carol Duarte estreou seu segundo filme italiano, "Eva", da cineasta Emanuela Rossi, e destacou que a sétima arte no Brasil é um exemplo para o mundo.

Em entrevista exclusiva à ANSA, ela ressaltou que os prêmios conquistados pelo longa "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles ? incluindo o primeiro Oscar do país na categoria de melhor filme internacional ?, além do triunfo de Wagner Moura em Cannes por "O Agente Secreto", produção de Kléber Mendonça Filho indicada em três categorias no Globo de Ouro, transformaram a forma como o cinema brasileiro é visto.

"Nós temos cineastas que levaram a nossa imagem e língua para fora. E depois da campanha do Oscar, tem olhares mais atentos ao nosso mercado e ao nosso cinema", afirmou.

Segundo Carol, as premiações não são apenas vitórias individuais, mas o retrato de um país que, apesar de seguidas crises políticas e culturais, segue produzindo obras profundas, conectadas com sua história e capazes de dialogar com o mundo.

"A gente teve anos muito difíceis, de ataques diretos à cultura, à Ancine [Agência Nacional do Cinema], às leis de incentivo, como se fossem algo quase criminoso. Nosso cinema já era respeitado, mas a gente conseguiu jogar uma luz maior", enfatizou.

Para ela, o sucesso de filmes como "Ainda Estou Aqui" e "O Agente Secreto", ambientados na ditadura militar, ganha ainda mais importância no atual momento vivido pelo Brasil, com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista após as eleições de 2022.

"A gente respondeu às décadas de 1960 e 1970, a esses militares, esses golpistas. Parece que estamos respondendo ao passado, porque quando isso não foi resolvido no presente, quase se repetiu", acrescentou.

Eva 

Depois da experiência marcante na Itália com "La Chimera", seu primeiro longa europeu, Carol estreou o filme "Eva" no Festival de Turim, agora como protagonista.

Filmada em duas etapas ? no inverno e no verão italianos ?, a obra exigiu dela um mergulho profundo em outro idioma, outra cultura e outra forma de ver o mundo.

A trama narra a história de uma mulher enigmática que vaga pela cidade em busca de homens ? pais de filhos pequenos ? que, após cruzarem seu caminho, desaparecem misteriosamente. Um dia, ela conhece um apicultor viúvo e seu filho, com quem desenvolve uma conexão especial.

Segundo Carol, o teste para o papel foi realizado por videoconferência e, apenas 10 dias depois, ela já estava na Itália para iniciar o trabalho. Embora já tivesse algum conhecimento prévio da língua, o novo projeto exigiu domínio total do italiano.

As gravações ocorreram ao longo de cinco a seis semanas, com apenas um dia de folga. Por ser protagonista, a atriz esteve presente em praticamente todas as cenas. "Acho que foi um dos trabalhos mais trabalhosos que eu fiz fora do Brasil, mas também um dos mais interessantes como exercício de atriz", disse.

A brasileira descreveu Eva como sua personagem mais complexa e controversa, "uma anti-heroína que questiona o mundo atual", e afirmou que o papel exigiu grande concentração e cuidado para não permitir que julgamentos pessoais interferissem na interpretação.

"Eu tive que estar o tempo todo muito concentrada nas ações dela, sem colocar meu julgamento na frente", explicou.

Sobre o período que passou na Itália, Carol contou que essa vivência contínua ajudou na absorção não apenas da língua, mas do modo de vida local. "Quando você está no país, a língua entra de outra maneira. Aprender uma língua é aprender todo um universo, a forma como nomeiam o mundo, como olham para as coisas", destacou. 

Ansa - Brasil
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