Yashica I'm Back é anunciada como "menor câmera mirrorless do mundo"
Usando a tradicional marca japonesa de câmeras, a Yashica I'm Back promete tirar fotos melhores que as de celulares, mas a ficha técnica não impressiona
Em parceria com a Yashica, tradicional marca japonesa que deixou de fabricar câmeras em 2005, a startup de fotografia I'm Back anunciou nesta quinta-feira (28) a Yashica I'm Back, modelo que seria "a menor câmera mirrorless do mundo". Com visual simples e lentes intercambiáveis, a novidade promete capturar fotos e vídeos com qualidade superior aos smartphones, especialmente ao usar zoom, mas a ficha técnica bastante modesta e até os exemplos publicados levantam algumas dúvidas.
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Fundada em 2018, a I'm Back chamou atenção pela proposta de lançar módulos para câmeras analógicas (chamados em inglês de "camera back", responsáveis pelo nome da companhia) que transformam os modelos que utilizam filme para registrar as fotos em câmeras digitais.
A startup europeia dá agora um passo ambicioso ao fechar uma parceria com a Yashica para lançar sua própria câmera digital, de formato mirrorless (modelos menores que dispensam o espelho interno usado para refletir em um visor o que está sendo fotografado). A Yashica I'm Back afirma buscar atender "vloggers, criadores de conteúdo, entusiastas de fotografia, viajantes e usuários que querem evitar o uso de smartphone para fotografar", considerando que o dispositivo entregaria "qualidade superior aos celulares".
Na versão de kit completo, a câmera se destaca pela variedade de acessórios: junto do pequeno corpo, que mede 50 x 77 mm, são oferecidos um tripé/bastão de selfie, um controle remoto, um encaixe com bateria adicional e três lentes.
Além da lente wide com distância focal de 3,4 mm, que seria equivalente a uma solução de 20 mm em uma câmera tradicional e em smartphones (a lente principal de 1x), estão inclusas uma lente padrão de 8,6 mm (equivalente a 50 mm, ou 2x em celulares) e uma telefoto de 25,7 mm (equivalente a 150 mm, ou 6x nos smartphones). As distâncias desencontradas são resultado do tamanho da câmera e do sensor, primeiro sinal que a novidade não deve exatamente agradar os profissionais e entusiastas.
O aparelho aposta no sensor Sony IMX117 de 12 MP, com tamanho de 1/2,33 polegada, normalmente empregado em câmeras de ação de baixo custo — em comparação, a câmera principal do Galaxy A35 5G, um dos celulares básicos recém-lançados da Samsung, é bem maior ao adotar um sensor de 50 MP e tamanho de 1/1,96 polegada. A regra geral é que sensores maiores com resolução mais alta costumam entregar melhor qualidade, apesar de haver algumas exceções.
É preciso lembrar ainda do uso de fotografia computacional nos celulares, que usam múltiplas fotos e algoritmos encorpados para compensar o hardware mais simples quando comparado a câmeras profissionais.
Vai ser preciso esperar por testes para vermos se a promessa de superar as câmeras de telefones serão mesmo cumpridas, ainda que as primeiras fotos divulgadas pela I'm Back não ofereçam resultados muito favoráveis.
Os aspectos que realmente diferenciam a Yashica I'm Back, além do tamanho, são a possibilidade de deixar o smartphone livre para outros usos e a presença de um encaixe de lentes E-Mount da Sony junto a adaptadores para formatos de outras marcas, que permitem o uso de lentes mais robustas capazes de proporcionar melhores capturas em determinadas condições.
Também há como dizer que o visual menos processado, com forte ruído e menor alcance dinâmico, deve conquistar parte do público interessado em obter fotos com uma aparência mais "retrô", algo que tem ganhado força como mostram o número crescente de lançamentos de câmeras menores com impressoras embutidas.
Preço e disponibilidade
A câmera Yashica I'm Back está em financiamento do Kickstarter no momento, e traz preço sugerido de US$ 289 (~R$ 1.455) para o kit essencial com a câmera e uma lente, estando prevista para ser enviada aos compradores a partir de novembro de 2024. Interessados no kit completo com três lentes e o conjunto de acessórios precisam desembolsar um pouco mais, ao pagar US$ 299 (~R$ 1.500).
Caso pretenda adquirir uma unidade, é bom ter em mente que projetos de financiamento coletivo podem sofrer atrasos, cancelamentos ou mesmo não serem cumpridos, além de estarem sujeitos a taxas por importação — é preciso colocar os riscos na balança.
Fonte: TechRadar
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