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Startup do Google usa IA para criar "cheiros digitais"

A empresa Osmo pretende criar a próxima geração de fragrâncias sustentáveis, biodegradáveis e hipoalergênicas

27 jan 2023 - 12h01
(atualizado às 16h22)
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A startup Osmo, uma ramificação do Google Research com sede em Cambridge, nos Estados Unidos, desenvolveu um sistema que promete descobrir novos cheiros utilizando inteligência artificial (IA). Segundo os pesquisadores, a ideia é criar a "próxima geração" de aromas para perfumes, xampus, velas e outros produtos do dia a dia.

Esse sistema possui um software que consegue prever o cheiro de algumas moléculas com base apenas na sua estrutura original. No curto prazo, a empresa espera projetar moléculas biodegradáveis e livres de alérgenos, para depois dar aos computadores, a capacidade de digitalizar cheiros.

"As empresas de fragrâncias já descobriram como replicar alguns aromas naturais, mas ainda é um processo amplamente manual e muitos aromas não possuem substitutos sintéticos. Precisamos encontrar substitutos ou, caso contrário, teremos que continuar a colher essas plantas e animais de nosso ecossistema", disse o CEO e cofundador da Osmo, Alex Wiltschko, ao site Wired.

Cheiros digitais

O sistema olfativo é muito complexo, dificultando a categorização de aromas. Para resolver isso, a equipe da Osmo trabalhou na construção do que eles chamam de "mapa de odor" — uma forma de catalogar os aromas de modo que as moléculas com cheiros semelhantes sejam agrupadas.

Foto: AsiaTsyhankova/Envato / Canaltech

Utilizando um sistema de inteligência artificial, os pesquisadores alimentaram um software de aprendizado de máquina com um conjunto atualizado de dados, contendo mais de 5 mil moléculas de perfumes variados já existentes, até atingirem um resultado satisfatório.

"A inteligência artificial analisa as moléculas e as classifica. Por exemplo, se o perfume é frutado, amanteigado ou amadeirado, o programa parte dessa análise inicial para conseguir prever como um ser humano descreveria esse cheiro de forma natural", explicou Wiltschko.

Aromas sustentáveis

Após o computador ser alimentado com os cheiros já conhecidos, o software de IA analisa 400 moléculas artificiais projetadas em laboratório. O sistema consegue prever como esses odores seriam sentidos por um ser humano, utilizando apenas suas estrutura molecular antes que o perfume seja realmente produzido.

Segundo os cientistas, a indústria mundial de fragrâncias movimenta mais de 30 bilhões de dólares por ano, usando matérias-primas difíceis de serem obtidas na natureza e, consequentemente, causando um impacto ambiental diretamente relacionado a esse tipo de atividade.

"Nossa ideia é transformar a indústria de perfumes e aromas, criando moléculas fortes, hipoalergênicas e sustentáveis. Tudo isso sem a extração de fontes vegetais ou animais da natureza, utilizando apenas cheiros digitais durante o processo de produção", completou Wiltschko.

Fonte: Wired

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