Quando os EUA anunciaram tarifas para todo o planeta, algo muito estranho aconteceu, que revela como a geopolítica moderna mudou
O fato de os países estarem abrindo seus céus para a Starlink em meio a ameaças econômicas revela como a geopolítica moderna já não se trava apenas em embaixadas
Nas últimas semanas, vimos como a guerra de tarifas impactou diversos países, incluindo aliados dos EUA, como Canadá. Agora, documentos vazados revelaram algo realmente estranho. Quando Washington anunciou as tarifas, várias nações tomaram a mesma medida: contrataram a Starlink, de Elon Musk.
A diplomacia dos satélites
O Washington Post reportou que a administração Trump implementou uma estratégia que combina pressão tarifária, diplomacia econômica e promoção empresarial com nome próprio: Starlink, o serviço de internet via satélite de Elon Musk. Documentos diplomáticos obtidos pelo veículo revelam que vários países em desenvolvimento aceleraram licenças e autorizações para a operação da Starlink após receberem ameaças de tarifas punitivas ou durante negociações comerciais com Washington.
O caso mais ilustrativo ocorreu no Lesoto, onde o governo concedeu à Starlink sua primeira licença nacional apenas duas semanas depois de Trump impor uma tarifa de 50% sobre as importações do país, fazendo isso explicitamente como um gesto de boa vontade para com os Estados Unidos no contexto de negociações bilaterais.
O fenômeno não é isolado. O Post relatou que, da Índia a Bangladesh, passando por Somália, Vietnã, República Democrática do Congo e Camboja, os documentos obtidos mostram como diplomatas americanos promoveram ativamente a aprovação regulatória da Starlink. Embora, em nenhum caso, tenha sido documentada uma exigência direta de favores em troca de alívio tarifário, fica ...
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