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Qual é o problema do Google Chrome? Microsoft e Apple criticam o navegador e dizem ser perigoso

Rivais apontam falhas de privacidade e defendem navegadores próprios como alternativas mais seguras

26 set 2025 - 14h54
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A disputa entre os principais navegadores da internet ganhou novo capítulo nos últimos meses. Microsoft e Apple intensificaram as críticas ao Google Chrome, hoje líder isolado do setor, e passaram a usar a segurança digital como argumento central para convencer usuários a trocar de navegador.

O movimento se intensificou ao longo deste ano, motivado por preocupações com privacidade, segurança e práticas de coleta de dados do Chrome. A Apple destacou em seu site que o Safari (navegador padrão dos aparelhos da empresa) oferece recursos de proteção mais robustos, incluindo mascaramento de IP e bloqueio de rastreadores, sugerindo que usuários considerem migrar.

Microsoft e Apple intensificam críticas ao Chrome usando segurança e privacidade como armas na disputa por navegadores
Microsoft e Apple intensificam críticas ao Chrome usando segurança e privacidade como armas na disputa por navegadores
Foto: Alice Labate/Estadão / Estadão

"O Safari inclui recursos de última geração que protegem você contra rastreamento entre sites, ocultam seu endereço IP de rastreadores conhecidos e muito mais. Ao contrário do Chrome, o Safari realmente ajuda a proteger sua privacidade", afirmou a Apple em um artigo publicado em seu site.

Segundo dados de setembro deste ano da DemandSage, empresa especializada em soluções de análise e relatórios de dados para equipes de marketing e vendas, o Google Chrome possui uma participação de 68,35% no mercado de navegadores, com o Safari em 16,25% e o Microsoft Edge em 4,96%.

Embora o Google Chrome continue líder, a pressão das concorrentes aumenta. Foi assim com o Internet Explorer no passado, e agora o Chrome enfrenta uma ofensiva direcionada a destacar vulnerabilidades de segurança e práticas de rastreamento.

A Microsoft segue linha semelhante. Usuários do Windows recebem alertas de que o Chrome "não é recomendado" e que a navegação segura é oferecida pelo Edge. A empresa interrompe a instalação do Chrome com banners e anúncios que destacam uma tabela comparativa entre os navegadores, mostrando o Edge como vencedor em segurança e integração ao Windows.

O Edge, que utiliza o mesmo motor Chromium do Chrome, aparece como alternativa segura com recursos adicionais, incluindo integração ao Copilot, inteligência artificial (IA) para navegação, monitor de senhas, VPN embutida e a proteção SmartScreen, que bloqueia sites suspeitos antes que sejam acessados.

Ao tentar instalar o Chrome, um banner do Edge surge no topo do site da Google, reforçando a recomendação da Microsoft. A prática gerou críticas por limitar, ainda que indiretamente, a liberdade de escolha do consumidor.

A Apple vai além de simples comparações. Em seu site, mantém uma lista: Safari versus Chrome. O ranking inclui cookies de rastreamento, rastreadores de URL, mascaramento de IP, proteção contra extensões maliciosas e bloqueio de rastreadores conhecidos. O Safari recebe todas as marcas de segurança, enquanto o Chrome não marca nenhuma.

Além disso, o Safari introduziu o recurso Rastreamento avançado e proteção de impressão digital, agora ativado por padrão em todas as navegações com o iOS 26. O recrso envia dados falsos para rastreadores de impressão digital, dificultando a identificação única do dispositivo (a mesma proteção não está disponível para usuários do Chrome no iPhone).

No ano passado, a Apple parodiou o projeto FLoC do Google, uma tentativa de substituir os cookies de terceiros por agrupamentos de usuários com interesses semelhantes, permitindo publicidade segmentada sem rastrear indivíduos diretamente. Apesar da proposta de privacidade, o FLoC foi criticado por especialistas por ainda permitir a criação de perfis detalhados e foi descontinuado pelo Google em 2022.

A Apple lançou o vídeo "Flock", inspirado no filme "Os Pássaros", de Alfred Hitchcock, em que aves mecânicas representam rastreadores digitais tentando monitorar usuários. O Safari, mostrado no vídeo, bloqueia essas tentativas, reforçando a narrativa da Apple de que seu navegador prioriza a privacidade, contrastando com o Chrome e com as práticas de rastreamento da concorrente.

Em resposta às críticas da Apple no ano passado, o Google declarou ao site americano Tom's Guide que o Chrome "foi criado com o objetivo de manter os dados dos usuários seguros por padrão e garantir que eles possam controlar quando e como suas informações são usadas para personalizar a experiência de navegação". A empresa acrescentou ainda que "os usuários devem estar sempre no controle, por isso o Chrome oferece configurações de privacidade e segurança fáceis de usar".

O Chrome é realmente tão inseguro quanto dizem?

Apesar das críticas da Microsoft e da Apple, o Google Chrome segue como um dos navegadores mais seguros disponíveis. No último dia 16, o Google corrigiu a vulnerabilidade zero-day CVE-2025-10585, uma falha no motor JavaScript V8 que estava sendo explorada ativamente, mostrando rapidez na resposta a ameaças críticas.

Além disso, em maio, o Chrome introduziu o Gemini Nano, uma IA integrada ao navegador que identifica sites fraudulentos em tempo real, mesmo antes de serem reportados aos sistemas da Google. O recurso está disponível para usuários com o modo de proteção avançada ativado, reforçando a segurança durante a navegação.

Apesar dessas melhorias, o Chrome ainda enfrenta desafios. Em fevereiro deste ano, o Google alertou sobre 16 extensões populares comprometidas, afetando mais de 3,2 milhões de usuários. Além disso, fora do modo privado e sem ajustes nas configurações, o navegador permanece mais aberto a rastreadores e cookies de sites visitados, o que aumenta a exposição a práticas de coleta de dados.

Em termos de privacidade, navegadores como Brave e DuckDuckGo oferecem ferramentas específicas para reduzir rastreamento, embora não tenham o mesmo desempenho, recursos extras ou capacidade de personalização que o Chrome. Ou seja, embora seguro para ataques comuns, o Chrome pode não ser a melhor opção para quem prioriza anonimato absoluto na web.

Estadão
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