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Qual a quantidade de água gasta pelo Google Gemini? Empresa presta conta de impacto ambiental da IA

Empresa detalhou uso de recursos ambientais e emissão de carbono em um novo estudo

21 ago 2025 - 09h10
(atualizado às 12h49)
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Resumo
O Google revelou que sua IA Gemini gasta cerca de cinco gotas de água, 0,24 Wh de energia e emite 0,03 gCO2e por comando, destacando esforços para reduzir em 30% o consumo de energia e em 40% a emissão de carbono por resposta.
Gemini é a inteligência artificial generativa do Google, implementada nos serviços e celulares Android da marca
Gemini é a inteligência artificial generativa do Google, implementada nos serviços e celulares Android da marca
Foto: Google/Divulgação / Estadão

O Google anunciou nesta quinta-feira, 21, algumas das iniciativas que tem feito para reduzir o impacto ambiental do Gemini, sua IA que funciona como um chatbot. De acordo com a empresa, a cada comando inserido na plataforma, aproximadamente cinco gotas de água são gastas, ou 0,24 watts-hora (Wh) de energia são consumidos, equivalente a assistir TV por menos de nove segundos. As informações foram divulgadas em uma coletiva global na qual o Estadão esteve presente.

O estudo foi divulgado em uma tentativa de justificar os impactos ambientais que a IA da gigante das buscas tem tido. O crescimento das atividades em IA em diversas empresas do mundo têm criado montanhas de dados e milhares de instalações para processar todas as informações necessárias para alimentar um modelo - que podem consumir milhares de litros de água para resfriamentos de data centers, por exemplo.

"A medição detalhada nos permite comparar diferentes modelos de IA, bem como o hardware e a energia que eles utilizam, ao mesmo tempo em que possibilita otimizações de eficiência em todo o sistema — desde hardware e centros de dados até os próprios modelos. Ao compartilhar nossa metodologia, esperamos aumentar a consistência em todo o setor no cálculo do consumo de recursos e da eficiência da IA", afirmou a empresa em um comunicado.

A pressão para que haja uma transparência no impacto que a IA tem no meio ambiente também gira em torno do gasto de energia e da emissão de carbono, duas variantes importantes para o ecossistema global e a deterioração do clima.

Segundo o estudo, cada pergunta (ou comando) feita ao Gemini gasta cerca de 0,24 watts-hora (Wh) de energia, consome 0,26 mililitros (ou cerca de cinco gotas) de água e emite 0,03 gramas de dióxido de carbono (gCO2e).

O uso dos recursos naturais, porém, ainda é alto. Em março, o Google anunciou que tem 350 bilhões de usuários mensais no Gemini. Se cada um desses usuários fizer um comando por dia, o total de água gasto no mês é equivalente a 2,7 milhões de litros - o suficiente para suprir a necessidade básica de água de mais de 13,6 mil pessoas por dia.

O Google informou que o estudo foi feito ao longo de um ano, e que as medições foram feitas a partir do desencadeamento de energia que um comando tem no sistema da IA. O consumo de eletricidade, por exemplo, foi medido pela quantidade necessária para alimentar a IA durante a resposta. A emissão foi medida a partir da geração de energia necessária para fornecer a resposta e o uso de água utilizou dados da quantidade requerida para fazer o resfriamento das máquinas e de estruturas de data center durante a geração do resultado.

A empresa ainda afirmou que, durante o estudo, foi possível diminuir em mais de 30% a quantidade de energia utilizada por prompt e mais de 40% a quantidade de carbono emitida a cada comando.

Pressão pela transparência

As empresas líderes em desenvolvimento de IA - Meta, Google, OpenAI e Anthropic, por exemplo - sofrem uma pressão de investidores, instituições e da sociedade civil para serem mais transparentes quanto ao impacto global que a manutenção da IA pode ter no meio ambiente.

Isso porque o uso das ferramentas ainda custa caro para o planeta: um estudo recente do jornal americano Washington Post, em parceria com a Universidade da Califórnia, mostrou que a geração de um único e-mail de 100 palavras por IA consome 0,14 kWh, o suficiente para manter 14 lâmpadas de Led acesas por uma hora. Uma outra pesquisa, do departamento de energia dos EUA juntamente com o Berkeley National Lab, revelou que em 2028, os data centers vão consumir cerca de 28% de toda a eletricidade produzida nos EUA.

No caso do Google, o gasto informado pela empresa ainda não é o maior do mercado - ficando atrás do que é registrado pelo ChatGPT. Segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, cada pergunta feita ao chatbot gasta cerca de 0,34 Wh. A Anthropic, dona do Claude, e a Meta, dona da MetaAI, nunca divulgaram seus gastos energéticos por prompt.

Em fevereiro deste ano, uma organização com mais de 100 instituições pediu, coletivamente, para que as gigantes de tecnologia reconheçam e tracem planos para mitigar o impacto da IA no meio ambiente. Em uma carta, às instituições alertaram para o alto gasto de água e energia, e pediram para as companhias que aumentassem a transparência sobre os gastos e diminuíssem a emissão e uso de recursos.

Estadão
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