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Por que novo telescópio de raios-x da China se chama "olhos de lagosta"?

Telescópio conta com 36 lentes tipo lagosta com microporos quadrados da espessura de um fio de cabelo

25 nov 2022 - 12h14
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Foto de agosto mostra uma imagem da zona central do céu da Via Láctea obtida pelo telescópio Lobster Eye Imager for Astronomy (Leia)
Foto de agosto mostra uma imagem da zona central do céu da Via Láctea obtida pelo telescópio Lobster Eye Imager for Astronomy (Leia)
Foto: (NAOC/Divulgação via Xinhua)

A China começou a testar seu novo telescópio Lobster Eye Imager for Astronomy (Leia) ou, "olho de lagosta" na tradução. Ele foi ao espaço a bordo de um pequeno satélite SATech-01, lançado em julho. Os resultados do aparelho foram divulgados nesta semana no site ArXiv e depois com revisão da comunidade científica na revista Astrophysical Journal Letter.

O artigo se baseia nas primeiras imagens do Leia, que se concentram na região do centro galático do sistema estelar binário Scorpius X-1 e na nebulosa difusa Cygnus Loop. 

O telescópio dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC) revelou o primeiro lote mundial de mapas de raios-X de campo amplo do céu obtidos pela máquina. 

Por que "olho de lagosta"?

Há tempos, cientistas que observam o universo distante às vezes são inspirados pelas diversas criaturas da Terra. A curiosidade por trás do nome "olho de lagosta" envolve não somente a grande habilidade do telescópio capturar o espaço com uma visão mais ampla, como a do animal que o inspirou, mas também o seu formato, que conta com inúmeros “olhos e sensores”. 

Uma das características mais especiais do Leia são suas 36 lentes com microporos e quatro sensores de grande porte, todos desenvolvidos pela China. Os biólogos já sabem há tempos que o olho da lagosta é diferente dos outros animais — são compostos de numerosos tubos quadrados minúsculos, apontando para o mesmo centro esférico.  

Com isso, a estrutura permite que a luz de todas as direções reflita nos tubos e se aproxime da retina, o que dá à lagosta um amplo campo de visão.

Foi em 1979 que um cientista americano propôs que o olho da lagosta fosse usado como base para criar um telescópio para detectar raios-X no espaço. A ideia, no entanto, não foi concretizada por muito tempo até a tecnologia de microprocessamento melhorar o suficiente para torná-la possível.

Agora, os chineses desenvolveram essas lentes tipo olho de lagosta, cobertos com minúsculos orifícios quadrados da espessura de um fio de cabelo.

O Laboratório de Imagens de Raios-X do NAOC iniciou o trabalho de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia de imagens com essa técnica em 2010 e finalmente fez um avanço.

"Percebemos a aplicação de sensores CMOS para observações astronômicas de raios-X no espaço pela primeira vez. É uma inovação importante na tecnologia de detecção de astronomia de raios-X", disse em outubro Ling Zhixing, cientista do NAOC.

Fonte: Redação Byte
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