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Pessoas passam 1/6 de suas vidas buscando melhorar a aparência

Estudo descobre que as pessoas gastam, em média, 4 horas por dia cuidando da beleza, o que envolve uso de cosméticos, hábitos de higiene e exercícios físicos

8 mar 2023 - 21h34
(atualizado em 9/3/2023 às 11h19)
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Ninguém duvida que o autocuidado é uma hábito diário na vida da maioria das pessoas, mas quanto tempo é gasto em atividades que "melhoram" a própria beleza? Para responder a esta pergunta, uma equipe internacional de cientistas entrevistou mais de 93 mil pessoas, vindas de 93 países, e descobriu que o tempo investido, em média, é de 4 horas por dia. É como se passássemos um sexto de nossas vidas cuidando da aparência.

Publicado na revista científica Evolution and Human Behavior, o estudo sobre a aparência descobriu que este comportamento é comum independentemente do gênero e que as preocupações envolvendo a beleza afetam tanto os jovens quanto os mais velhos.

As descobertas do estudo indicam que a preocupação com a beleza é algo comum e universal, independentemente da cultura em que se está inserido. Para dimensionar o hábito, "99% dos participantes relataram gastar mais de 10 minutos por dia em comportamentos que melhoram a beleza", afirmam os autores — o que pode oscilar bruscamente é a quantidade de tempo investido.

Como as pessoas buscam melhorar a aparência?

Foto: nd3000/envato / Canaltech

É importante entender que os cuidados com a aparência não estão necessariamente associados com o uso de produtos de beleza, como cremes diários, maquiagens ou água micelar para limpeza dos poros. Na verdade, é enquadrado como parte deste hábito qualquer atividade ou comportamento feito com a finalidade de aprimorar a beleza de um indivíduo.

Nessa classificação bastante abrangente, entram hábitos básicos de higiene corporal, como escovar os dentes e até tomar banho, além da prática de exercícios físicos (musculação, corrida e outras atividades) e a adoção de dietas adotadas com o objetivo de melhorar a aparência. Foram desconsiderados os comportamentos que visavam apenas e exclusivamente a melhora da saúde.

O que incentiva as pessoas a se preocuparem mais com a beleza?

Segundo os autores do estudo, o uso das redes sociais parece ser o preditor mais forte de comportamentos que aumentam o tempo investido no autocuidado, o que também pode ser associado com aspectos negativos. Por exemplo, aqueles usuários que buscam padrões de beleza utópicos e irreais ou que estão mais preocupados com likes são os que mais passam tempo cultivando a aparência.

Descoberta interessante é que pessoas que começaram recentemente algum tipo de relacionamento amoroso passam muito mais tempo cuidando da aparência do que aqueles indivíduos que são casados ou que namoram há algum tempo. Embora esta seja uma percepção até que comum, foi oficialmente comprovada.

Hipóteses que justificam tanto tempo "gasto" com beleza

Além de calcular o tempo médio gasto na promoção da beleza, os autores também propõem algumas hipóteses que justifiquem a importância desse hábito praticamente universal na espécie humana. A primeira delas está relacionada com a procriação, já que indivíduos fisicamente mais atraentes têm mais chances de serem correspondidos romanticamente. De forma subjetiva, uma boa aparência pode ser lida como boa genética e maior chance de uma prole saudável.

Outra hipótese que pode justificar a preocupação estética é desvincular a imagem pessoal de qualquer patógeno, como vírus, bactérias e fungos, algo mais comum em regiões com doenças endêmicas para hanseníase ou leishmaniose, por exemplo.

Além disso, "características socioculturais, como desigualdade de gênero ou atitudes individuais versus coletivas, e a influência da mídia de massa ou uso de mídia social também podem impactar o quanto de tempo as pessoas investem em sua aparência", completam os pesquisadores.

Vale observar que, entre a equipe de cientistas do estudo, estiveram membros da National Research University Higher School of Economics (HSE University), na Rússia, da Universidad de Concepción, no Chile, e da University of Palermo, na Itália.

Fonte: Evolution and Human Behavior  

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