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OpenAI acusa Elon Musk de querer controle total sobre a empresa

Mais um capítulo na treta: OpenAI rebate acusações de Elon Musk e publica cópias de e-mails nas quais o bilionário sugere mais investimentos para o projeto

6 mar 2024 - 11h47
(atualizado às 15h53)
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A OpenAI rebateu as acusações de Elon Musk, que processou a criadora do ChatGPT sob acusação de quebra de contrato ao se tornar lucrativa, visto que a ideia da iniciativa seria a de não ter fins lucrativos. Com cópias de e-mails antigos, porém, a empresa nega todas as queixas do bilionário e ainda acusa Musk de querer o controle total do projeto e até sugerir fusão com a Tesla.

Foto: Duncan Hull/Wikimedia Commons / Canaltech

Resposta da OpenAI

A nota oficial é assinada pelo CEO Sam Altman e pelos cofundadores Greg Brockman, Ilya Sutskever, John Schulman e Wojciech Zaremba, que ainda continuam no projeto. A OpenAI tenta desfazer todas as acusações de Musk e menciona que o bilionário queria um investimento ainda maior na empresa, que pudesse chegar à marca de US$ 1 bilhão.

Num dos e-mails, Musk diz que "cobriria qualquer um que não conseguisse prover", mas a empresa revela que o dono da Tesla conseguiu fornecer pouco menos de US$ 45 milhões ao projeto, enquanto o restante juntou mais de US$ 90 milhões.

Tentativa de controle

Em seguida, a nota aborda o fato de que todos os cofundadores, incluindo Musk, concordaram que criar uma organização lucrativa seria necessária para juntar todos os fundos necessários no desenvolvimento de uma inteligência artificial geral (AGI)

Porém, o atual dono do Twitter queria a mudança nos termos dele: em 2017, sugeriu que tivesse participação majoritária, controle do Conselho e ainda fosse CEO. O restante do grupo não queria que tanto poder ficasse nas mãos de uma só pessoa e ainda acusa Musk de suspender o financiamento do projeto durante as negociações — Reid Hoffman teria atuado para cobrir os salários e custos operacionais enquanto isso.

Um dos e-mails publicados pela OpenAI mostra sugestão de Musk de usar a Tesla para competir contra o Google nos recursos financeiros para desenvolver uma IA (Imagem: Reprodução/OpenAI)
Um dos e-mails publicados pela OpenAI mostra sugestão de Musk de usar a Tesla para competir contra o Google nos recursos financeiros para desenvolver uma IA (Imagem: Reprodução/OpenAI)
Foto: Canaltech

Depois, o bilionário sul-africano sugeriu uma fusão do projeto com a Tesla, que funcionaria como uma fonte de dinheiro para competir com o Google. Por fim, Musk teria deixado a OpenAI dizendo que a probabilidade de sucesso era zero e tinha planos de criar uma alternativa à AGI na Tesla, ainda alegando que era necessário acumular bilhões de dólares por ano para fazer a ideia funcionar.

A última réplica veio com relação à ideia de manter o código aberto das tecnologias da iniciativa. Num dos e-mails, Ilya Sutskever reforçou que faria sentido deixar a tecnologia "menos aberta" enquanto estavam próximos à construção de uma AGI, e Musk concordou com uma das mensagens. 

Entenda o caso

Elon Musk processou a OpenAI sob a acusação de o projeto ter "traído" a ideia inicial de ser uma organização sem fins lucrativos e de código aberto. No texto, o bilionário diz que a estrutura "foi substituída por um CEO puramente voltado para o lucro e um Conselho com conhecimento técnico inferior em políticas públicas de AGI e IA". 

Além disso, o CEO da Tesla e da SpaceX ataca a parceria com a Microsoft, que mantém grandes investimentos no projeto, e alega que a iniciativa teria se transformado numa "subsidiária de código fechado" da Gigante de Redmond.

O processo surgiu há poucos dias, mas a rusga já é de longa data, principalmente entre o dono da Tesla e o CEO Sam Altman. Musk foi um dos cofundadores da OpenAI e deixou o projeto em 2018 por discordâncias sobre a mudança para um projeto lucrativo (algumas parecem ter sido explicadas com os e-mails divulgados pela empresa).

Na época, o projeto era uma organização sem fins lucrativos voltada para criar uma AGI que beneficiasse a sociedade. No entanto, em 2019 a iniciativa mudou a sua estrutura e criou a OpenAI Inc, que funciona como uma subsidiária de lucro limitado.

O controle total do projeto ainda fica por conta do Conselho, composto por quatro integrantes, mas haveria uma alternativa para receber mais investimentos, como foi o que aconteceu com a Microsoft. Sam Altman foi colocado como CEO dessa e, apesar de turbulências no ano passado com uma demissão e readmissão, segue no cargo até hoje.

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