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O que faz a Oracle, empresa que tornou Larry Ellison no homem mais rico do mundo

Companhia já foi considerada 'atrasada' no boom da inteligência artificial

11 set 2025 - 18h14
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Fundada em 1977, na Califórnia, por Larry Ellison, Bob Miner e Ed Oates, a Oracle - originalmente batizada de Relational Software - pode não ser tão popular entre os usuários quanto seus concorrentes, como a Meta, Amazon ou Microsoft. No entanto, a empresa se tornou um pilar no desenvolvimento e gerenciamento de dados de inteligência artificial (IA), e tem clientes que variam de empresas como a Tesla até governos como o dos EUA.

Nesta quarta-feira, 10, Ellison, de 81 anos, foi considerado, segundo o ranking da Bloomberg, o homem mais rico do mundo, tirando o espaço anteriormente ocupado por Elon Musk — o CEO da Tesla já retomou o posto, mas a mudança no topo do ranking chamou a atenção. A fortuna de Ellison aumentou US$ 101 bilhões nesta quarta, chegando a US$ 393 bilhões. O avanço foi impulsionado pela disparada das ações da Oracle, após a divulgação de resultados trimestrais acima do esperado, que preveem receitas futuras de US$ 317 bilhões.

Entretanto, a empresa já foi tida como "atrasada" em relação ao boom da IA. Mesmo tendo perdido espaço para rivais durante o auge da computação em nuvem, a Oracle deu a volta por cima nos últimos anos. Com investimentos maciços em infraestrutura de dados e inteligência artificial, tornou-se uma das empresas-chave para o treinamento de modelos de IA, inclusive para governos. A recuperação veio com uma mudança de estratégia: a empresa passou a oferecer plataformas completas, obrigando os clientes a adaptar seus processos ao software, e não o contrário.

Hoje, a Oracle está entre as maiores empresas de tecnologia do mundo. Ela se tornou referência com o Oracle Database, sistema de banco de dados usado por companhias para armazenar e organizar grandes volumes de informações.

Além dessa frente, a companhia expandiu seus negócios para sistemas de gestão empresarial (ERP, HCM, CRM), serviços de nuvem (IaaS, PaaS, SaaS) e também hardware corporativo, como servidores. Essa diversificação tornou a Oracle um dos pilares da infraestrutura tecnológica de grandes corporações, especialmente em um momento de alta demanda por soluções em nuvem e IA.

Além disso, outro diferencial da empresa é que ela não produz seu próprio chatbot de IA, como a OpenAI e a Anthropic, por exemplo, o que faz com que seja vista mais como uma parceira de investimento e produção do que como uma concorrente direta dos rivais.

Em janeiro de 2025, Ellison apareceu ao lado do presidente dos EUA Donald Trump e de Sam Altman, da OpenAI, no anúncio do Stargate Project, um plano de até US$ 500 bilhões para garantir a liderança dos EUA em IA. A Oracle é um dos pilares técnicos da iniciativa, responsável por hospedar e operar parte da infraestrutura. Nesta quinta-feira, 11, a OpenAI assinou um contrato de US$ 300 bilhões com a Oracle para criação de um data center para o projeto.

Lary Ellison

Nascido em Nova York e criado por tios adotivos em Chicago, Ellison teve uma infância marcada por incertezas. Sua mãe biológica o entregou ainda bebê, e ele cresceu em um lar modesto, com pouco apoio do pai adotivo. Durante a juventude, abandonou duas universidades, mas encontrou seu caminho na efervescente cena tecnológica da Califórnia dos anos 1970.

Em 1977, ao lado de dois colegas, fundou a Software Development Laboratories com apenas US$ 2 mil. O nome Oracle viria pouco depois, inspirado em um projeto de banco de dados para a CIA. A ideia era ousada: transformar um conceito acadêmico sobre bancos de dados em um produto comercial para empresas.

Ellison comandou a empresa como CEO por 37 anos, até 2014, e hoje atua como presidente do conselho e diretor de tecnologia. Com uma visão voltada para grandes contratos e integração total, liderou uma série de aquisições bilionárias, incluindo Sun Microsystems, NetSuite e Cerner, esta última por US$ 28,3 bilhões em 2021.

Fora do mundo corporativo, Ellison também é conhecido por seu estilo de vida extravagante. Em 2012, comprou quase toda a ilha de Lana'i, no Havaí, onde hoje vive. É dono de iates luxuosos, aviões particulares e já investiu em esportes como tênis e vela, chegando a vencer a America's Cup com o Oracle Team USA em 2013.

Ao todo, já doou centenas de milhões de dólares para causas como pesquisa médica, infraestrutura educacional e projetos militares em Israel.

Entre 2018 e 2022, foi membro do conselho da Tesla, empresa na qual investiu pesadamente. Ele também se envolve diretamente com política: já doou milhões a campanhas republicanas e permitiu que Trump realizasse eventos em suas propriedades. Apesar de manter distância pública, é visto como um dos bilionários mais influentes nos bastidores do poder.

*Mariana Cury é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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