O jogo do bicho continua fora da lei, mas agora conta com um aliado: a tecnologia
Mesmo proibido desde 1941, o tradicional esquema de apostas se atualiza e encontra no digital uma forma de sobreviver e crescer
O jogo do bicho sempre foi uma contradição ambulante: ilegal no papel, cotidiano na prática. Um daqueles costumes brasileiros que atravessam gerações e sobrevivem a governos, crises econômicas, investigações policiais e, nos últimos tempos, diversas séries de TV. Ultimamente, essa "loteria clandestina" também entrou em um novo capítulo de sua história — um que não passa mais por talões de papel amassados, mas sim pela praticidade tecnológica de smartphones.
Se antes a rotina era quase folclórica — o cambista na calçada, a cartela rabiscada, o papel recolhido no fim do dia — hoje o processo lembra mais um app de delivery. Basta abrir o aplicativo, escolher o bicho, confirmar a aposta e receber um comprovante impresso, enquanto o registro oficial fica salvo no sistema. A operação segue ilegal, mas agora é tão prática quanto qualquer fintech.
Um cambista com 13 anos de experiência, que aceitou falar ao Campo Grande News sem se identificar, descreve essa guinada tecnológica como inevitável. No Mato Grosso do Sul, onde atua, o aplicativo já domina operações em Campo Grande e Dourados. E segundo ele, o software da cidade vizinha é ainda mais eficiente que o da capital. "Chegou de cima. A gente não teve opção de continuar no papel", diz, não sabemos se foi em tom resignado ou só tentando acompanhar o ritmo de um mercado que não para.
A modernização não é só conveniência: vira também sensação de segurança. Antes, perder um talão significava perder dinheiro — e discussão. Agora, com a...
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