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Nokia e Microsoft rumam para última chance em smartphones

31 ago 2012 - 15h36
(atualizado às 15h58)
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Microsoft e Nokia estão preparando sua melhor, e possivelmente última, tentativa de avançar com força no mercado de smartphones atualmente dominado por Apple e aparelhos com o sistema operacional Android, do Google.

Imagens vazadas podem ser do Lumia 820 (acima) e 920 (abaixo), que devem ser lançados dia 5
Imagens vazadas podem ser do Lumia 820 (acima) e 920 (abaixo), que devem ser lançados dia 5
Foto: Reprodução

Se os novos aparelhos Lumia não tiverem apelo entre consumidores quando forem revelados na próxima quarta-feira, isso pode implicar o fim para a Nokia e um sério golpe sobre as tentativas da Microsoft de recuperar sua posição no mercado de telefonia móvel, afirmaram analistas e investidores.

"As apostas são muito altas", disse o analistas Michael Walkley, da Canaccord Genuity. "A Nokia está apostando tudo no Windows e se isso não tiver sucesso, o próximo passo pode ser fazer o que for melhor para os acionistas e isso poderá incluir a venda de ativos importantes ou venda da companhia toda."

A fabricante finlandesa de celulares registrou mais de 3 bilhões de euros em prejuízos operacionais nos últimos 18 meses, o que forçou a empresa a cortar 10 mil empregos e a buscar vendas de ativos. A participação da Nokia no mercado global de smartphones despencou de 50%, durante o auge da empresa antes do lançamento do iPhone em 2007, para menos de 10%.

Para a Microsoft, um bem sucedido lançamento da linha Lumia convenceria mais fabricantes de celulares e operadoras a apoiar seu sistema operacional, que é baseado no mesmo código que o futuro Windows 8 e promete performance mais rápida e tela que pode ser personalizada pelo usuário.

Os celulares Windows capturaram apenas 3,7% do mercado global de smartphones, segundo a empresa de pesquisa Strategy Analytics. Os modelos com Android têm 68 por cento, enquanto a Apple registra 17 por cento. Os novos aparelhos Lumia chegarão ao mercado em um momento em que o mundo do Android é atingido por batalha jurídica e enquanto o BlackBerry, da Research In Motion, continua em declínio.

Um juiz da Califórnia decidiu na semana passada que alguns dos modelos de smartphones Android da Samsung Electronics copiaram características do iPhone, o que pode resultar em proibição de importações e fazer os fabricantes de celulares a colocarem mais recursos em modelos com Windows.

O julgamento abriu uma janela para a Microsoft explorar, mas a empresa precisa primeiro encontrar apelo entre os usuários. "O Windows Phone realmente tem que ficar em pé por si próprio, precisa ter apelo para os consumidores", disse Jack Gold, analista independente do setor de telefonia móvel que administra a consultoria J. Gold Associates.

A Nokia deve lançar dois novos celulares Lumia em 5 de setembro, no mesmo dia em que a Motorola, agora controlada pelo Google, também vai revelar um novo produto. Além disso, a Amazon deve lançar novos tablets Kindle em 6 de setembro, e pouco depois o mercado avalia que a Apple vai revelar o mais novo modelo do iPhone em 12 de setembro.

O modelo mais caro dos dois Lumias será comparado com o iPhone. O mercado espera que o aparelho tenha uma tela maior e mais brilhante, câmeras potentes em ambos os lados, chips Qualcomm de dois núcleos, recurso de chamada pela Internet via Skype, reconhecimento de voz, tecnologia de transferência de dados à curta distância para pagamentos sem fio e mapas para navegação.

Mas o Lumia precisará de algo completamente diferente para superar o iPhone e o Android, como um novo formato, qualidade excepcional de câmera ou mini-projetor, disse Tero Kuittinen, analista da Alekstra.

Parte do problema enfrentado por Nokia e Microsoft é que o Windows Phone tem cerca de apenas 100 mil aplicativos compatíveis enquanto Android e iPhone têm cerca de 500 mil.

"Os desenvolvedores querem ver mais aparelhos e as pessoas querem comprar apenas quando verem mais aplicativos", disse Sid Parakh, analista do fundo McAdams Wright Ragen. "Eu diria que vai levar anos, eles estão muito atrás."

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