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LSD e cogumelos reconectam cérebro e mostram efeito antidepressivo em estudo

LSD e cogumelos alucinógenos podem reconectar o cérebro e fornecer efeitos antidepressivos ao se ligarem a uma proteína, o receptor tirosina quinase beta (TrkB)

7 jun 2023 - 14h46
(atualizado às 17h34)
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Na última segunda-feira (5), um estudo publicado na Nature Neuroscience revelou um potencial de LSD e cogumelos para reconectar o cérebro e fornecer efeitos antidepressivos ao se ligarem a uma proteína, o receptor tirosina quinase beta (TrkB).

Os pesquisadores esperam que a descoberta possa levar à criação de tratamentos mais eficazes para transtornos de saúde mental. No entanto, existe uma preocupação acerca de psicotrópicos (grupo de substâncias químicas que atuam no sistema nervoso central): o estado alterado de consciência, as alucinações que podem ser tanto esclarecedoras quanto aterrorizantes.

No novo estudo, os pesquisadores expuseram neurônios a LSD ou psilocibina (cogumelos). Em ambos os casos, as substâncias procuraram o TrkB e se ligaram a ele de uma maneira notavelmente mais forte do que antidepressivos, como o Prozac.

Eles descobriram que essa ligação acontecia na porção da proteína embutida na membrana celular, chamada de região transmembranar, e aumentou a atividade neuroplástica. No próximo passo do estudo, os pesquisadores deram essas substâncias a roedores. Através do experimento foi possível descobrir que ativar TrkB e BDNF com esses psicodélicos não envolve a via alucinógena da serotonina.

Foto: microgen/envato / Canaltech

No entanto, ainda não está claro se o que os cientistas viram nos neurônios (que estavam em placas de Petri, em laboratórios) e roedores os terá o mesmo efeito em humanos, especialmente considerando a complexidade do cérebro humano. A ideia, então, é estudar cada vez mais a fundo a relação entre essas substâncias e a atividade cerebral.

O que é psilocibina?

A psilocibina é uma substância encontrada em certos tipos de cogumelos alucinógenos — um composto químico natural que pertence à classe das triptaminas e atua afetando a percepção, o pensamento e o estado de consciência.

Quando consumida, a psilocibina é convertida em psilocibina no organismo, que é o composto ativo responsável pelos efeitos psicodélicos. Alguns dos efeitos comuns incluem alterações na percepção sensorial, intensificação das cores, distorção do tempo e espaço, mudanças na cognição, etc.

Estudos já apontaram que a psilocibina melhora sintomas de depressão por pelo menos 3 semanas. Para se ter uma noção, cientistas também já usaram cogumelos para tratar alcoolismo.

O que é LSD?

Segundo a Alcohol and Drug Foundation, LSD é uma substância química sintética, produzida a partir de uma substância encontrada em um fungo que infecta o centeio, chamado esporão-do-centeio. Em pequenas doses, pode produzir mudanças leves na percepção, humor e pensamento. Doses maiores podem produzir alucinações visuais e distorções de espaço e tempo.

Estudos anteriores já afirmaram que o LSD pode reativar cognição, aumentando a plasticidade neural nos organoides de neurônios humanos, aumenta a preferência por novos objetos em ratos e melhora a memória visuo-espacial em humanos.

Ainda nesta semana, em estudo publicado na Neuropsychopharmacology, pesquisadores passaram a testar os efeitos terapêuticos da mistura de LSD e MDMA. A descoberta é que essa mistura pode aumentar os impactos positivos no humor e diminuir a ansiedade associada à resposta do LSD.

Fonte: Science, Nature Neuroscience, Inverse, Alcohol and Drug Foundation

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