MIT abre investigação sobre suicídio de cofundador do Reddit
O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, vai realizar uma investigação interna sobre o papel da universidade nas circunstâncias que levaram ao suicídio, na última sexta-feira, do ativista de internet e cofundador do Reddit Aaron Swartz. Ele foi encontrado morto no seu apartamento em Nova York. Segundo o laudo médido, ele morreu por enforcamento.
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Swartz, 26 anos, foi preso em julho de 2011 e acusado de roubar 4 milhões de documentos do MIT e da JSTOR. O arquivo teria revistas científicas e trabalhos acadêmicos. Autoridades afirmaram que ele acessou os arquivos sem autiruzação. Segundo amigos e ativistas, a pressão envolvida no processo podem ter colaborado para a morte do Swartz.
Cofundador Reddit, o programador defendeu o livre acesso a documentos na internet, e poderia ser condenado a pagar US$ 4 milhões em multas e pegar mais de 50 anos de prisão.
Em um comunicado, o presidente do MIT, L. Rafael Reif, ofereceu suas condolências, dizendo que a comunidade da escola está "extremamente triste com a morte deste jovem promissor que tocou as vidas de tantas pessoas. Agora é um momento de todos os envolvidos pararem para refletir sobre suas ações. Eu pedi ao professor Hal Abelson para conduzir uma análise aprofundada do envolvimento do MIT a partir do momento que percebeu atividade incomum em nossa rede no outono de 2010 até o presente. Pedi que esta análise descreva as opções que o MIT tinha e as decisões tomadas, a fim de compreender e aprender com as ações que o MIT tomou. vou compartilhar o relatório com a comunidade do MIT quando eu recebê-lo."
Críticos dos promotores do caso disseram que a polícia tentou, injustamente, fazer de Swartz um exemplo.
Cofundador da rede social de informação Reddit, muito famosa nos Estados Unidos, e militante em favor do acesso livre à internet, Swartz foi encontrado enforcado na noite de sexta-feira em sua casa no Brooklyn, segundo os serviços médicos de Nova York. Swartz também ajudou a criar, aos 14 anos, a tecnologia para compartilhar conteúdos online RSS.
Um de seus amigos, Larry Lessing, disse no site Boingboing.net que "Aaron jamais fez nada em sua vida para 'fazer dinheiro', apenas trabalhava pelo interesse geral. Era brilhante, engraçado, era um rapaz genial".
Há dois anos, o FBI abriu uma investigação contra o jovem que havia publicado gratuitamente documentos da corte federal americana, os quais eram cobrados, em 2008, oito centavos pelo acesso por página.
Em menos de três semanas, ele tinha conseguido carregar mais de 18 milhões de páginas, somando um valor estimado em US$ 1,5 milhão, segundo a agência AFP. Amigos, no entanto, lembram que o rapaz sofria de depressão e, em 2007, Swartz falou publicamente sobre a ideia de suicídio, destacou no domingo o jornal The New York Times.
"Sair, respirar um pouco de ar puro, abraçar alguém querido e não se sentir melhor, pior ainda, se sentir incapaz de compartilhar a alegria dos demais. Tudo está cheio de tristeza", escreveu em seu blog na época.