Facebook promete melhorar privacidade após auditoria na Irlanda
O Facebook concordou em melhorar a política de privacidade para centenas de milhões de usuários após uma investigação de três meses por autoridades irlandesas no escritório internacional da empresa americana em Dublin.
O escritório da Irlanda é responsável por gerenciar todos os usuários do site fora dos Estados Unidos e do Canadá. O comissário de proteção a dados da Irlanda afirmou nesta quarta-feira que o Facebook concordou em melhorar a proteção da privacidade de seus usuários dentro dos próximos seis meses, antes de uma nova análise formal em julho do ano que vem.
"Esse foi um compromisso desafiador tanto para o meu escritório quanto para o Facebook Irlanda", disse o comissário Billy Hawkes em comunicado. "Após a auditoria, o FB-I (Facebook Ireland) concordou em fazer amplos avanços de 'melhores práticas' a serem implementados dentro dos próximos seis meses".
As mudanças incluem fornecer informações a usuários sobre como o Facebook e aplicativos de terceiros lidam com informações pessoais, deletar alguns detalhes mais prontamente e dar a usuários europeus um alerta claro de que usa tecnologia de reconhecimento facial que os marca automaticamente em fotografias.
Devem ser fornecidas "explicações mais simples de sua política sobre privacidade", tornando-as mais acessíveis, recomendou a DPC ao final de uma auditoria de três meses.
A autoridade irlandesa quer que os administradores da rede social permitam aos usuários "tomarem suas próprias decisões, a partir da informação disponível". O relatório também preconiza que o Facebook deva fornecer, num prazo de 40 dias, todos os dados que disponha sobre um usuário quando for solicitado.
Toda a informação sobre os conteúdos suprimidos ou retirados dos perfis, como os pedidos de amizade, as fotos, os tags ou mensagens "deverá ser melhorado", precisou o organismo irlandês. As recomendações deverão entrar em vigor até o mês de julho, quando serão examinados os progressos, embora ainda não esteja claro o que vai acontecer, se a empresa americana não as seguir.
A DPC abriu a investigação para examinar a conformidade do Facebook com a lei irlandesa, depois de receber uma denúncia do austríaco Max Schrems que fundou o grupo de pressão "Europa-versus-Facebook". Schrems, estudante de direito de 24 anos, dirigiu apelo à comissão, depois de conseguir que o Facebook fornecesse a ele uma compilação de seu arquivo pessoal de 1.222 páginas no qual estão relacionadas todas suas atividades na rede social, entre elas uma informação que acreditava ter apagado. O Facebook possui 800 milhões de usuários no mundo.
Com informações de agências internacionais.