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Internet

Agêntico mundo novo: a internet com IA está cada vez mais aberta

2 set 2025 - 05h59
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Resumo
O evento Microsoft BUILD 2025 apresentou o conceito de Open Agentic Web, uma internet aberta e colaborativa, com agentes autônomos baseados em IA que promovem integração, autonomia e inovação, redefinindo a interação entre humanos e tecnologia.
Foto: Divulgação

Uma das principais atribuições de um profissional de inovação em uma grande empresa é acompanhar de perto os principais eventos e tendências da indústria. Nessa posição, tenho o privilégio de ver emergir diversas tecnologias que vão transformar, em diferentes escalas, as vidas dos consumidores. Recentemente, fiquei bastante impressionado ao testemunhar durante evento nos EUA o CEO da Microsoft Satya Nadella apresentar um conceito que resume bem o momento de transição que estamos vivendo. É uma iniciativa que deverá impactar todas as empresas (e pessoas) na próxima década: o Open Agentic Web. 

Antes de me aprofundar nos fatos, é importante destacar que o evento é voltado para desenvolvedores. Muito do que foi visto por lá ainda não está disponível para o consumidor final, apesar de trazer conceitos que se encaixam muito bem tanto para o público atual quanto para o momento histórico que vivemos. O nome do evento, denominado Microsoft BUILD 2025, reflete essa aspiração (build em inglês significa construir) e o objetivo do Open Agentic Web parece ser justamente o de criar uma versão da rede mundial. Uma internet aberta e agêntica. Muitas pessoas devem estar se perguntando o que isso quer dizer, efetivamente. Por isso, permita-me apresentar cada termo separadamente, junto com a implicação de cada um deles. 

A palavra Open – ou “aberta”, em português – aqui ganha uma dimensão mais profunda e inovadora. Ela reflete um compromisso com ecossistemas interoperáveis nos quais plataformas, serviços e agentes podem dialogar e colaborar de forma simples e eficiente. Isso inclui, por exemplo, soluções como o MCP (Model Context Protocol), padrão aberto desenvolvido pela Anthropic, frameworks de A2A (Agent-to-Agent) do Google e LLMs open source, sejam próprios ou de terceiros.  

Em outras palavras, estamos falando sobre o futuro da web caminhar para longe dos “jardins murados” e tender a privilegiar a construção de pontes entre soluções diversas, devolvendo às organizações e aos consumidores o poder de escolha, privacidade e controle das ações. Mais que uma decisão técnica, essa abertura representa uma postura estratégica e filosófica de estimular o fluxo constante de ideias, dados e experiências para, dessa forma, criar valor coletivo e sustentável. 

Trata-se de um movimento que desafia o domínio de poucos e grandes provedores, fomentando a inovação descentralizada ao mesmo tempo em que busca adoções de padrões comuns de segurança, ética e interoperabilidade digital. É uma direção que, claramente, coloca a autonomia do usuário no centro da transformação.  

Para falar de Agentic, quero trazer como ponto de partida a afirmação da Gartner  de que 2025 marcará o início da “Era dos Agentes de IA”. De acordo com análises do setor, a presença de um único agente - ou até mesmo de pequenos grupos como Google Assistente, Alexa, Cortana e Siri – já não é suficiente para atender às demandas atuais. Dessa forma, o cenário mais recente prevê a existência de milhões de agentes interconectados e coordenados, atuando de forma colaborativa e orquestrada. 

O termo “agêntico”, portanto, refere-se à capacidade dos sistemas – sejam eles baseados em IA, automação ou até humanos – de agir de forma autônoma, tomar decisões contextualizadas e operar como atores sociais e tecnológicos. Na Open Agentic Web, esses agentes digitais passam a ser colaboradores inteligentes, capazes de interpretar intenções, dialogar entre si e com pessoas, além de negociar objetivos e soluções em tempo real.  

Esse novo ambiente, impulsionados por modelos linguísticos avançados, frameworks abertos e protocolos interoperáveis, deve trazer à web um dinamismo inédito e promover integrações e automações complexas em escala global. Não se trata apenas de uma evolução técnica, mas de uma reconfiguração completa do papel dos agentes digitais na sociedade. 

Por fim, no contexto do Open Agentic Web, a NLWeb (Natural Language Web) é quem representa a dimensão “Web” – que pode ser traduzida aqui como a própria internet como plataforma de navegação e interação. Basicamente, a NLWeb é um novo padrão que busca viabilizar a integração entre agentes e o vasto conteúdo online, elevando o potencial de uma rede verdadeiramente agêntica. 

A NLWeb propõe uma internet em que informações e serviços possam ser acessados, compreendidos e utilizados em linguagem natural, tanto por humanos quanto pelos próprios agentes de IA. Isso significa que os conteúdos dos websites deixam de ser apenas blocos estáticos ou estruturas técnicas. Eles passam a ser tratados como conhecimento dinâmico, semanticamente rico e disponível para que agentes autônomos possam navegar, buscar, correlacionar e executar tarefas a partir desses dados. 

Com a NLWeb integrando esse ecossistema aberto e agêntico, os agentes terão a capacidade de extrair contexto e conhecimento de qualquer página, serviço ou base de dados online, o que amplia exponencialmente sua autonomia e utilidade. Assim, a NLWeb pode ser considerada o alicerce fundamental dessa nova Web aberta e agêntica. Ou seja, um espaço em que humanos e agentes colaboram, aprendem e cocriam valor a partir do conhecimento distribuído da própria internet. 

Nesse novo paradigma, a colaboração entre agentes autônomos e seres humanos redefine o modo como interagimos com informações, produtos e serviços no ambiente digital. A capacidade desses agentes em compreender e agir com base em linguagem natural potencializa experiências mais fluidas, personalizadas e inteligentes, o que reduz as barreiras entre sistemas e cria um ecossistema digital integrado e adaptativo. 

Além disso, esse “Agêntico Mundo Novo” impulsiona a inovação ao democratizar o acesso a dados e recursos, abrindo caminho para que startups, organizações e comunidades desenvolvam soluções sob medida para suas necessidades, sem ficarem reféns dos modelos tradicionais, centralizados e limitadores. Ampliam-se assim as oportunidades de experimentação, aprendizagem coletiva e avanço tecnológico, ao mesmo tempo em que crescem os desafios em torno da governança, privacidade e responsabilidade ética. Mais liberdade. Novos desafios. 

O BUILD 2025, portanto, apresentou mais do que tendências e ferramentas. Ele apontou para um futuro em que a web se transforma em um espaço ainda mais vivo, em constante evolução, onde o protagonismo é compartilhado entre máquinas inteligentes e indivíduos conscientes – todos engajados para cocriar valor, significado e impacto social. Trata-se de uma visão que desafia paradigmas estabelecidos e convida cada participante desse ecossistema – de desenvolvedores a líderes empresariais –, a repensar estratégias, produtos e relações com a tecnologia. 

(*) Roger Finger é head de Inovação da Positivo Tecnologia.

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