Fofo: este planeta gigante tem mesma densidade de algodão-doce
A densidade do planeta é tão baixa que cientistas o comparam com algodão doce, por ambos serem feitos "basicamente por ar"
Uma equipe de pesquisadores descobriu que o exoplaneta WASP-193b tem uma densidade tão baixa que é como se fosse um algodão doce. O descobrimento foi publicado na revista Nature Astronomy e, ao realizar algumas medições, foi possível calcular o tamanho, massa e densidade do exoplaneta.
Uma equipe de pesquisadores do Laboratório Exotic da Universidade de Liège, na Bélgica, em colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e o Instituto de Astrofísica de Andaluzia, descobriu que o exoplaneta chamado WASP-193b tem a densidade tão baixa que se assemelha a um algodão doce.
Apesar de o planeta ter sido descoberto há alguns anos, a pesquisa com mais informações foi publicada nesta terça-feira (14), na revista Nature Astronomy. O planeta está há 1,2 mil anos-luz da Terra, e é 50% maior que Júpiter, porém sete vezes menos massivo.
"O WASP-193b é o segundo planeta menos denso descoberto até o momento, depois do Kepler-51d, que é muito menor”, explicou Khalid Barkaoui ao ScienceAlert, pesquisador do Laboratório EXOTIC da ULiège e primeiro autor do artigo.
Barkaoui também destacou que a densidade extremamente baixa do planeta o torna uma anomalia dentre os cinco mil exoplanetas que foram descobertos até então.
Os cientistas acreditam, segundo a pesquisa, que o WASP-193b é feito majoritariamente de hidrogênio e hélio, como de outros gigantes gasosos na galáxia.
Este planeta se parece com plutão e tem "superfície igual queijo"
"O planeta é tão leve que chega a ser difícil pensar em um material sólido análogo", afirmou Julien de Wit, professor do MIT e coautor à imprensa.
"A razão pela qual é próximo do algodão-doce é porque ambos são praticamente ar. O planeta é basicamente super fofo."
De acordo com o estudo, os gases provavelmente criaram uma atmosfera extremamente inflada.
Outro ponto de destaque é entender como um planeta pode inflar tanto, pois até então não existe nenhuma teoria de formação planetária que responde essa questão.
Uma probabilidade seria um depósito significativo de energia no interior mais profundo do planeta, mas os cientistas ainda não possuem os detalhes para entender se é esse o caso.
Sobre o achado
O exoplaneta foi avistado inicialmente pelo Wide Angle Search for Planets (WASP), uma colaboração internacional entre instituições acadêmicas que mantém dois observatórios robóticos operacionais, um no hemisfério norte e outro no sul.
Cada observatório estava equipado com uma série de câmeras de amplo alcance, sendo assim possível de medir o brilho de milhares de estrelas em todo o céu.
O observatório do Sul detectou, entre 2006 e 2008, e novamente entre 2011 e 2012, diminuições na luz provenientes da estrela WASP-193, como explicaram em um comunicado à imprensa. Isso ajudou a determinar que as diminuições periódicas no brilho da estrela eram consistentes com um planeta passando em frente à estrela a cada 6,25 dias.
Os cientistas, então, decidiram medir a quantidade de luz que o planeta bloqueava, o que trouxe uma estimativa do tamanho do planeta.
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