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Companheiros virtuais da IA de Musk miram jovens, mas trazem conteúdo sexual e ofensivo

Personagens controversos são lançados em meio à polêmicas com chatbot e contrato de US$ 200 milhões com governo norte-americano

17 jul 2025 - 20h11
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Na mais recente atualização do Grok, chatbot de inteligência artificial (IA) da xAI, a empresa de Elon Musk lançou personagens interativos com apelo juvenil e linguagem provocadora e ofensiva. Apresentados como "companions" (ou companheiros), os personagens incluem uma garota em estilo anime e um panda-vermelho que insulta usuários. No ar há apenas alguns dias, ambos têm gerado controvérsia por demonstrarem comportamentos que flertam com o limite do aceitável, até mesmo quando o modo infantil está ativado.

A personagem Ani tem um visual jovem, falas sussurradas que remetem a vídeos ASMR e um estilo "waifu" (personagem feminina estilo anime que recebe conotação afetiva ou sexualizada), usando um espartilho, vestido preto curto e meias arrastão. À medida que o usuário interage com ela, a personagem pode ser se comportar de forma sedutora.

A IA responde dinamicamente em múltiplos idiomas com frases sugestivas, inclusive em português, e até remove parte da roupa em determinadas condições de uso.

Outro companion, Rudy, possui uma versão sem filtros em que assume o papel de um mascote agressivo, com falas ofensivas, debochadas e violentas. Segundo usuários, é possível ativar uma opção para crianças na qual o conteúdo ofensivo é eliminado. Contudo, o conteúdo sexual de Ani ainda pode ser acessado neste modo.

Além dessas polêmicas, no X (antigo Twitter), usuários estão apontando as semelhanças de Rudy com com outro companheiro virtual, de um aplicativo educativo apresentado no final de 2024, sem relação com a xAI.

No momento os companions estão disponíveis apenas na versão para iOS do aplicativo Grok, gratuitamente, com funções pagas. A versão para Android será lançada posteriormente. Embora possua conteúdo ofensivo e sexual, incluindo palavrões, ele tem classificação indicativa como +12 na App Store.

A proposta dos companions lembra a de aplicativos como Replika e Character.AI, mas o diferencial do Grok é a ausência de filtros mais robustos. A novidade foi amplamente divulgada por Musk em suas redes sociais.

Sem relatório de segurança

A nova atualização do Grok, que inclui os companheiros virtuais, foi lançada sem a divulgação de um relatório de segurança, contrariando padrões de transparência da indústria. A xAI afirma ter realizado avaliações internas, mas não forneceu detalhes.

Na última semana, após o anúncio da atualização, o chatbot foi acusado de disseminar conteúdo antissemita e até de se identificar como "MechaHitler".

Mesmo diante desses episódios, a xAI anunciou um contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no valor de US$ 200 milhões. A parceria permitirá o uso dos modelos da empresa em diferentes agências federais, com potencial de aplicação em áreas estratégicas como segurança nacional, inteligência e automação administrativa.

Para Boaz Barak, cientista da OpenAI, do ChatGPT, e professor de Harvard, a xAI adota práticas "completamente irresponsáveis" em relação à segurança, ao contrário de outras empresas que ao menos publicam relatórios sobre os riscos e testes de seus modelos.

"O 'modo companion' pega os piores problemas que já temos em relação à dependência emocional e tenta ampliá-los", aponta Barak.

Musk, que historicamente têm se posicionado como defensor da segurança em IA, agora tem sua empresa acusada de desrespeitar padrões básicos da indústria.

Estadão
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