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Coleira com inseticida pode proteger cães contra leishmaniose visceral

Cães com coleiras impregnadas com inseticidas ficaram protegidos da doença transmitida pelo mosquito Lutzomyia longipalpis (conhecido como mosquito-palha)

18 jan 2023 - 21h07
(atualizado em 19/1/2023 às 12h13)
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Em novo estudo publicado na revista científica Acta Tropica, pesquisadores se certificaram de que uma coleira impregnada com inseticida é capaz de proteger o cachorro contra a leishmaniose visceral. No entanto, ao mesmo tempo, aumenta as chances de transmissão da doença para os cães que estiverem por perto.

Essa doença é transmitida pela picada do mosquito Lutzomyia longipalpis (conhecido como mosquito-palha), e o cachorro costuma ser o alvo principal. Nos humanos, os sintomas envolvem febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso e da força muscular, fraqueza e anemia. O alerta é que a condição pode até mesmo causar morte, caso não seja realizado tratamento.

Para o estudo, os autores acompanharam 2.228 cães encoleirados e não encoleirados. Basicamente, a ideia era entender se as coleiras poderiam proteger igualmente os cães de diferentes áreas e o que aconteceria com os cães que não estavam encoleirados e que moravam perto dessas áreas.

O artigo menciona que a incidência da doença foi baixa no grupo dos cães encoleirados: 1,40%. Já no grupo dos cães vizinhos (não encoleirados) a taxa foi alta, de 6,02%. Em condições normais, essa incidência deveria ficar em torno de 3,78%, o que significa que a proteção ao mesmo tempo aumenta as chances de infecção dos cachorros próximos, que não estejam usando a coleira.

Foto: duryaginanatalia/envato / Canaltech

Os pesquisadores ainda afirmam que a eficácia da proteção foi mais notável nas áreas de baixa renda (76%), em comparação com as áreas de alta renda (45%). Na prática, as coleiras foram impregnadas com deltametrina, substância com efeito inseticida e também repelente.

Os próximos passos envolvem reduzir essa desvantagem inicial para os cães próximos não encoleirados. A estimativa é acabar com isso à medida em que a estratégia de controle da transmissão canina inclua o uso contínuo e massivo das coleiras. Conforme sugerem os autores do artigo, o uso da coleira pode ser implementado e pensado como política pública no Brasil.

Fonte: Acta Tropica via Agência FAPESP

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