vc repórter: festas juninas causam danos ao ambiente na BA, diz estudo
Uma pesquisa liderada por um professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) indica que os festejos juninos prejudicam o meio ambiente do interior do Estado, em razão da quantidade de árvores cortadas para a produção de lenha. O estudo conta com dados coletados entre 2010 e 2012.
De acordo com José Claudio Flores, professor de Engenharia Agrônoma da Uesb e responsável pelo estudo, a demanda de lenha para fogueiras de festas juninas em Vitória da Conquista, a cerca de 500 km de Salvador, chega a equivaler a mais de 2 mil árvores. "O impacto ambiental é gigante", diz Flores.
"A Bahia tem 417 municípios e, em quase todos, há alguém queimando uma fogueira. No total, nas cidades analisadas localizadas no sudoeste baiano, seria necessário para evitar o impacto ambiental o plantio de cerca 54 mil árvores", afirma o pesquisador.
O problema, segundo o estudo, é agravado já que o governo do Estado cede verbas para a produção das festas nas cidades baianas. Em 2011, 100 municípios receberam dinheiro para as celebrações. O estudo faz uma projeção de que, para abastecer as fogueiras feitas em todas estas cidades, são necessários 32.629 m³ de madeira. Como o reflorestamento não é feito, o ambiente é prejudicado.
"A extração de madeira nativa é proibida, mas a fiscalização não cobre toda a necessidade. Além disso, muitos municípios não têm cultivo comercial de florestas exóticas", explica.
"O impacto é evidente merecedor de mais estudos", diz Flores. Não é possível calcular o total do impacto no Estado, principalmente na zona rural, em que, segundo o professor, é "impraticável dimensionar o volume de madeira queimada". Segundo ele, mais estudos serão elaborados para detalhar melhor o impacto.
O internauta Esaú Silveira Mendes, de Vitória da Conquista (BA), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.