Queimadas colocam em risco vida de animais silvestres brasileiros
14 set2011 - 21h43
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As queimadas que se espalham pelo País afetam diretamente a vida dos animais silvestres. Elas geram a extinção de espécies ou sua drástica redução, além da adaptação forçada a um novo habitat. O biólogo Léo Gondi, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), alerta que os efeitos das queimadas também pesam sobre os recursos hídricos e a vegetação como um todo.
"As pessoas não vão tentar salvar os animais se não souberem que eles existem", diz Satore, que tem 49 anos. Na foto, uma raposa da Ilha de Santa Catalina, na Califórnia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Nos últimos dias, especialistas da Floresta Nacional de Brasília (Flona) e agentes da Polícia Ambiental resgataram várias espécies, de pássaros raros a tatus e tamanduás. O biólogo Léo Gondi afirmou que os impactos a médio e longo prazo são assustadores.
"Há um impacto terrível. (Antes das queimadas) os animais tinham um território, agora eles se veem obrigados a buscar outro local que está ocupado por animais, na maioria das vezes predadores", disse o biólogo. "É um problema gravíssimo, pois os animais que mudam de habitat são expulsos do seu ambiente natural e enfrentam a escassez de comida".
Apenas nos últimos dias, o ICMBio contabilizou 56 animais silvestres que tentavam escapar das queimadas na região da Flona. Foram recolhidos lobos-guará, tamanduás-bandeira, veados campestres e papagaios. Também foram acolhidos, machucados, um veado e um tamanduá-bandeira. Três cobras foram encontradas mortas.
Segundo Gondi, o animal silvestre, quando tem seu território destruído, sai em busca de outro local para viver. Quando o encontra e o local está sob domínio de espécies distintas ou até mesmo de animais da sua espécie, surge uma disputa por espaço. De acordo com ele, os animais passam a se enfrentar e sobrevive o mais forte. "A média de uma queimada a cada dois anos é ruim para manter a sobrevivência das espécies", advertiu.
O americano é fotógrafo da National Geographic Society há 20 anos, e planeja registrar imagens de espécies em extinção em todo o mundo. Na foto, uma víbora-de-pestana.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Satore reuniu algumas das imagens no livro "Rare - America´s Endangered Species" (Raros - As espécies ameaçadas da América). Na foto acima, uma tartaruga-do-pântano.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Outras espécies foram difíceis de ser fotografadas porque eram muito rápidas e algumas eram tão raras que só puderam ser levadas para o estúdio com autorização do governo americano. Na imagem, uma salamandra-tigre da Califórnia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
"As pessoas não vão tentar salvar os animais se não souberem que eles existem", diz Satore, que tem 49 anos. Na foto, uma raposa da Ilha de Santa Catalina, na Califórnia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Segundo ele, fotografar os animais na natureza seria um desserviço a eles, já que alguns, como o animal da foto acima, 'Phyllobates terribilis', são tão pequenos que não poderiam ser vistos em seu habitat. O 'Phyllobates terribilis' é considerado um dos anfíbios mais venenosos do mundo.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Ele diz que pretende mostrar que há "beleza, graça e valor em animais grandes e pequenos", para encorajar as pessoas a lutar por sua preservação. Na imagem, um lêmure-negro.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Ele diz ainda que precisava esperar um momento em que os animais parassem de se mover para fotografar, já que era difícil manter o foco da câmera neles. Na foto, um jupará, mamífero que também é encontrado na Amazônia.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Segundo ele, alguns animais tiveram que ser fotografados dentro de suas jaulas no zoológico, por serem muito perigosos. Nestes casos, ele pintava o fundo da jaula com a cor desejada para o fundo da imagem. Acima, um hipopótamo.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Para Satore, as fotos de estúdio fazem com que todos os animais tenham o mesmo tamanho proporcional e sejam tratados com a mesma importância. Na foto acima, um furão-de-patas-negras.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
"Fotografar os animais em fundos pretos e brancos significa que cada um deles recebe a mesma consideração", disse o fotógrafo. A imagem mostra a fêmea de um elefante-africano.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
Satore fotografou a maior parte dos animais em estúdio, contra fundos brancos ou pretos, para dar mais destaque à aparência impressionante das espécies. Acima, uma cacatua-das-palmeiras.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil
O americano Joel Satore fotografou animais ameaçados de extinção em estúdio, como parte de um projeto para aumentar a conscientização sobre a preservação da vida selvagem. Acima, um babuíno de cinco meses de idade, criado em cativeiro.
Foto: Joel Satore/National Geographic Stock/Caters / BBC Brasil