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Pesquisa

Grafeno pode baratear telas sensíveis ao toque, LCDs e TVs

19 jan 2011 - 21h05
(atualizado às 21h07)
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Rafael Maia
Direto de São Paulo

Recentemente descoberto, o grafeno é um material abundante na natureza e que promete revolucionar a indústria eletrônica, principalmente as telas de contato. Descoberto de maneira simples, mas engenhosa, o material deu ao cientista Andre Geim o Nobel de Física de 2010. Para falar do assunto, a Campus Party recebeu, na noite desta quarta-feira, a cientista brasileira Tatiana Rappoport.

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Existem dezenas de aplicações para a física e para a eletrônica do material. Por exemplo, os elétrons do grafeno se comportam como partículas sem massa que "se movem" a uma altísima velocidade, embora menor que a da luz, tornando possível testes científicos sem que partículas precisem ser aceleradas artificialmente, com acontece no CERN, na Europa. Além disso, ele é transparente a olho nu, flexível, dobrável, esticável e mais resistente do que o aço.

Na eletrônica, o grafeno pode substituir a atual tecnologia de construção de telas sensíveis ao toque, nas quais é usado o ITO - óxido de índio -, que é raro, caro e difícil de reciclar. A substituição do ITO pelo grafeno, segundo Tatiana, pode ser bastante útil para a criação de todos os tipos de telas de contato e ainda é capaz de baratear a tecnologia, já que existe em maior quantidade na natureza, além de tornar o processo mais limpo por possuir propriedades que permitem sua reciclagem de maneira mais fácil.

A descoberta do grafeno
A história do material começou em 2000, quando Geim ganhou o prêmio IgNobel, uma paródia dos prestigiado Nobel encarada com bom humor pela comunidade científica. A "descoberta" que rendeu a Geim o prêmio foi a levitação de uma rã usando propriedades magnéticas da água. Foi em meio a este estudo, no entanto, que, em 2002, o cientista cogitou pesquisar de maneira mais profunda o grafite, o material comum nos lápis de escrita.

Geim, com a ajuda do cientista Konstantin Novoselov, tentou, em um primeiro momento, isolar o grafeno a partir de uma amostra de grafite, construído engenhosamente a partir de diversas camadas de grafeno milimetricamente interligadas em hexágonos de carbono. O método encontrado para a pesquisa foi utilizar fita adesiva, por mais "simples" que possa parecer. Os cientistas descobriram que depositando uma amostra de grafite em pó sobre a fita adesiva e colando e descolando essa fita diversas vezes de outra fita limpa, eles chegariam à uma amostra "pura" do grafite.

Para desprender o grafite do adesivo, os cientistas usaram o óxido de silício, um material isolante. Eles perceberam que o grafite "puro", sobre o óxido, mostrava contrastes diferentes para o número de camadas existentes em cada local da amostra. Por exemplo, no microscópio ótico, a cor cinza mostrava 100 camadas de grafeno, a cor azul mostrava de 10 a 30 camadas e a cor roxa mostrada locais com 5 camadas de grafeno.

Somente em 2004, os cientistas conseguiram isolar, em um longo processo em que foram usados microscópios ótico, eletrônico de varredura e eletrônico de tunelamento. A partir dos estudos feitos com essa camada, descobriu-se que o material é um ótimo condutor de energia elétrica, como os metais, mas também possui a propriedade de semicondutores. Isso significa que a quantidade de carga conduzida pode ser controlada.

Fonte: Redação Terra
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