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Colisão de anãs brancas pode explicar "estrela" observada há 850 anos

Novas imagens da explosão causada pela colisão de duas estrelas morrendo podem explicar uma "estrela" brilhante observada na constelação Cassiopeia, no ano 1181

17 jan 2023 - 00h16
(atualizado às 12h58)
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Robert Fesen, professor de física e astronomia na Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos, registrou o que aconteceu quando duas estrelas anãs brancas, já chegando ao fim de suas vidas, colidiram. Além de ajudar os cientistas a entender melhor este tipo de evento astronômico, as observações podem contribuir para confirmar a identidade de uma estrela brilhante e de vida breve, observada há cerca de 850 anos.

Ele tirou as fotos no fim de 2022 com o telescópio Hiltner, do observatório MDM. Usando um filtro sensível a uma linha de emissões particulares do enxofre, ele registrou o objeto em três exposições de 2 mil segundos. Através de imagens telescópicas, Fesen registrou filamentos finos vindos de uma estrela curiosa no interior de Pa 30, uma nebulosa repleta de gás iluminado, poeira e matéria.

Ele e seus colegas observaram que ela parece ter poucas quantidades (ou até nenhuma!) de hidrogênio e hélio, mas que é rica em enxofre e argônio. Para eles, a estrutura da nebulosa e suas características correspondem à colisão de estrelas anãs brancas. Elas são objetos densos e compactos, que podem ter o tamanho da Terra e a massa do Sol.

Quando duas delas se fundem, pode ocorrer uma explosão de supernova conhecida como "evento Iax", na qual a estrela não é totalmente destruída. As imagens que Fesen conseguiu da estrutura e luminosidade do objeto oferecem a estimativa mais precisa já feita de sua idade — a Pa 30 foi descoberta em 2013 pelo astrônomo amador Dana Patchick e, desde então, as imagens mais recentes dela eram fracas e difusas.

Tanto o tamanho de Pa 30 quanto a velocidade de expansão sugerem que a colisão entre as estrelas ocorreu por volta do ano 1181. Foi também naquele ano que astrônomos da China e Japão relataram uma "estrela visitante" bastante brilhante que apareceu subitamente na constelação de Cassiopeia; ela ficou visível por seis meses e, depois, foi desaparecendo de pouco a pouco.

Além disso, o estudo de Fesen e seus colegas complementa outros publicados em 2019 por pesquisadores russos, que identificaram uma estrela pouco comum quase no centro de Pa 30, e sugeriam que ocorreu uma colisão entre duas anãs brancas. Já em 2021, astrônomos da Universidade de Hong Kong anunciaram que Pa 30 tinha quase mil anos e que estava quase no mesmo local que a "estrela visitante" registrada em 2021.

"A estrela visitante era tão brilhante que três grupos separados na China a observaram com alguns dias e de intervalo, e foi vista também no Japão", explicou. "Uma nova estrela tão brilhante quanto Vega seria bastante perceptível: para os antigos, a TV era o céu, então eles teriam facilmente percebido e registrado a aparição súbita de uma nova estrela no céu", disse.

Fesen apresentou as descobertas durante o 241º encontro da Sociedade Astronômica Americana. O artigo com os resultados do estudo foi enviado para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: Dartmouth

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