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Britânica se surpreende ao conseguir ver as horas após implante de olho biônico

6 jan 2016 - 16h57
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A britânica Rhian Lewis, do País de Gales, foi uma das primeiras pacientes a ter um chip implantado na retina e recuperar parte da visão no Hospital Oftalmológico John Radcliffe, em Oxford.

Lewis, de 49 anos, começou a perder a visão quando ainda era criança, aos 5 anos, devido à retinose pigmentar. Ela perdeu totalmente a visão no olho direito e a maior parte do olho esquerdo.

"Com meu olho direito eu meio que consigo me mover (guiada) pela luz. Se está claro lá fora, eu meio que vou em direção à janela ou, se está escuro e as luzes estão acesas, navego (guiada) pelas lâmpadas, como uma mariposa", disse.

Em 2015 ela viajou até Oxford para fazer o implante do olho biônico: um chip minúsculo de 3 por 3 milímetros no olho direito.

O dispositivo substitui as células sensíveis à luz na retina e está conectado a um computador, também minúsculo, colocado embaixo da pele atrás da orelha de Lewis.

Quando o dispositivo é ligado, usando uma bobina magnética aplicada à pele, os sinais vão até o nervo ótico e, em seguida, para o cérebro.

Lewis ainda tinha o nervo ótico intacto e todas as conexões necessárias para a visão, mas a mente dela precisava de tempo para se ajustar aos sinais que, depois de tantos anos, foram "religados".

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Um dos primeiros testes feitos pelos médicos verificou se ela conseguiria enxergar luzes piscantes em uma tela de computador em uma sala escura. E ela conseguiu.

Depois, checaram se ela podia distinguir objetos brancos em um fundo preto, um prato branco sobre uma toalha de mesa preta - algo que ela não conseguiu fazer muito bem.

Em outro teste, os médicos colocaram um mostrador de relógio grande, feito de papelão e com ponteiros claros, para verificar se ela conseguiria ver as horas.

Lewis conseguiu e ficou muito feliz com o resultado.

Depois, a britânica começou a testar o dispositivo nas ruas.

"Havia um carro, um carro prateado e eu não conseguia acreditar pois o sinal estava muito forte e também havia o sol brilhando no carro prateado. E eu fiquei tão animada, fiquei bem emocionada!", afirmou.

O chip tem poder de resolução de menos de 1% de um megapixel, o que não é muito em comparação com uma câmera de um celular, por exemplo, mas tem a vantagem de estar conectado ao cérebro humano, que tem mais de 100 bilhões de neurônios para processar informações.

Se os demais testes clínicos em Oxford forem bem-sucedidos, é possível que o implante seja disponibilizado no serviço público de saúde britânico, o NHS, e a equipe também espera que a tecnologia possa ser aplicada para outros problemas de visão.

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