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Após conflitos, zoo de Cabul vive momento de renascimento

Após conflitos, zoo de Cabul vive momento de renascimento

14 dez 2011 - 10h04
(atualizado às 12h09)
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Os 30 anos de combates e lutas que destruíram o Afeganistão não conseguiram acabar com o zoológico de Cabul, um símbolo de resistência que sobreviveu ao horror da guerra e ainda hoje atrai crianças. Atualmente, entre outras espécies, os visitantes podem admirar leões, raposas, lobos, porcos-espinhos, veados, macacos, perus, papagaios e flamingos em um local que sofreu todos os incidentes da trágica história recente do país.

O zoo só não fechou porque aguns comandantes talibãs alegaram que o jardim zoológico era praticamente a única opção de entretenimento dos sofridos moradores de Cabul
O zoo só não fechou porque aguns comandantes talibãs alegaram que o jardim zoológico era praticamente a única opção de entretenimento dos sofridos moradores de Cabul
Foto: AFP

O zoológico de Cabul vive um renascimento após passar por situações que quase levaram a seu desaparecimento. O diretor da instituição, Aziz Gül Saqib, explicou à Agência Efe, que o zoológico da capital afegã foi inaugurado em 1967, com instalações de pesquisa e atrações turísticas, como parte de uma tentativa de construir um Estado moderno. Cerca de 700 exemplares de 92 espécies viviam no parque, onde a situação começou a mudar pouco mais de uma década, com a invasão soviética quando, de acordo com Saqib, os soldados disparavam nos animais como um meio de distração.

Os problemas se agravaram com a guerra civil que se instalou no país após o fim da invasão soviética. A chegada do regime talibã, na metade dos anos 90, representou um dos períodos mais difíceis do parque. "Os talibãs mataram a tiros uma zebra e dois elefantes doados pela Índia", diz Saqib, que lembrou que "um veado também teve um destino trágico, ao receber golpes com pedaços de pau e pedras".

Naquela época, o zoológico enfrentou ameaça de fechamento. A iniciativa surgiu de um comandante ao considerar que manter animais em jaulas era contrário aos preceitos do Islã, já que foram criados por Deus e, portanto, deveriam viver livres. No entanto, o local não fechou porque outros comandantes talibãs se opuseram à medida, ao alegarem que o jardim zoológico era praticamente a única opção de entretenimento dos sofridos moradores de Cabul.

Na ocasião, de acordo com Saqib, os quase únicos habitantes do lugar eram um grupo de macacos, que não demorariam a morrer por uma doença infecciosa, e um leão chamado Marjan, que se tornou símbolo do zoológico e do país. Marjan ficou famoso por ter se tornado o animal mais antigo do zoológico e por um incidente durante a cruel guerra civil.

Saqib contou que um senhor da guerra que se julgava valente quis impressionar seus subordinados e decidiu entrar na jaula de Marjan "para brincar com ele e mostrar sua coragem". O leão se irritou e devorou o intruso, apesar dos esforços de seus amigos para resgatá-lo. Marjan sobreviveu, depois, a uma granada jogada por um irmão do morto, mas ficou cego.

O leão acabou morrendo em 2001 por um problema renal, mas seu caso chamou a atenção da comunidade internacional para o zoológico da capital afegã, que deve muito a Marjan. Nesse mesmo ano, a Associação Americana de Zoologia doou US$ 400 mil para reformar as jaulas e construir as instalações veterinárias que o parque abriga atualmente.

EFE   
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