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Ano de 2016 bate recordes de temperatura e nível do mar

21 mar 2017 - 01h28
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O ano de 2016 registrou uma temperatura máxima mundial sem precedentes, um nível excepcionalmente baixo da camada de gelo marítimos e um aumento constante do nível do mar, informou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Dois dias antes da comemoração do Dia Meteorológico Mundial, a OMM publicou sua Declaração anual sobre o estado do clima no mundo na qual delineia como 2016 bateu todos os recordes.

O ano passado foi o mais quente já registrado, com uma temperatura 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, o que representa um aumento de 0,06 em relação ao recorde anterior, que era de 2015.

Em cada um dos 16 anos transcorridos desde 2001, a temperatura mundial foi pelo menos 0,4 grau superior à média do período de base de 1961 a 1990.

As temperaturas médias mundiais da superfície do mar em 2016 também foram as mais elevadas de que se tem notícia, exacerbadas pelo fenômeno meteorológico "El Niño".

O fenômeno afetou o terceiro e quarto trimestres de 2015 e se prolongou durante o primeiro trimestre de 2016.

"La Niña" e "El Niño" são dois fenômenos meteorológicos resultados das fases opostas de interação entre a atmosfera e o oceano Pacífico (aumento ou redução da temperatura de água) e têm efeitos opostos no clima de diferentes lugares do mundo.

Enquanto "El Niño" ocorre quando há um aumento das temperaturas, o que tem diferentes efeitos em cada região do mundo, "La Niña" contribui para uma queda dessas temperaturas.

O nível do mar em escala mundial aumentou 20 centímetros desde o começo do século XX, devido principalmente à expansão térmica dos oceanos e ao degelo das geleiras.

Os níveis de dióxido de carbono na atmosfera alcançaram a marca simbólica de referência de 400 partes por milhão em 2015 (o último ano para o qual se dispõe de dados mundiais da OMM) e não diminuirão abaixo desse nível durante várias gerações futuras devido ao caráter durável do CO2.

A OMM destaca que hoje é possível provar claramente a existência de vínculos entre a mudança climática provocada pelo homem e muitos casos de fenômenos extremos de efeitos devastadores.

Entre os maiores fenômenos extremos de 2016 cabe ressaltar as graves secas que provocaram insegurança alimentar em milhões de pessoas nas áreas meridional e oriental da África e na América Central.

A OMM adverte que as condições extremas não vão diminuir em 2017, já que, pelo menos três vezes neste inverno boreal, no Ártico foi observado o equivalente polar de uma onda de calor, e a presença de intensas tempestades do Atlântico impulsionou a entrada de ar quente e úmido.

Isto significa que em pleno inverno ártico e durante o período de recongelamento dos gelos marítimos houve dias nos quais esteve perto do ponto de fusão.

Os gelos marítimos da Antártida também registraram um nível baixo sem precedentes, em contraposição à tendência observada nos últimos anos.

EFE   
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