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Black Mirror: é possível transferir mente para robôs como na série da Netflix?

No episódio "Beyond the Sea", astronautas em estação espacial transferem suas consciências para réplicas mecânicas idênticas a eles na Terra

16 jun 2023 - 19h29
(atualizado às 19h40)
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"Beyond the Sea", episódio da sexta temporada de "Black Mirror", aborda interface cérebro-computador
"Beyond the Sea", episódio da sexta temporada de "Black Mirror", aborda interface cérebro-computador
Foto: Divulgação/Netflix / Hollywood Forever TV

Uma das séries de ficção científica mais importantes dos últimos anos, Black Mirror está de volta na Netflix com uma sexta temporada. No episódio "Beyond the Sea", a criação de Charlie Brooker resolve voltar a temas recorrentes mas em um ambiente até então pouco explorado pelo programa: o espaço.

Na trama, dois astronautas dos anos 60 fazem parte de um experimento em que é possível manter uma vida dupla durante uma missão. Durante parte do dia, eles trabalham em uma estação espacial acima da Terra. Na outra parte, eles transferem suas consciências para réplicas mecânicas idênticas a eles, cuja função é permitir a eles terem algo similar a uma vida cotidiana, com suas respectivas famílias.

Sem entrar muito no mérito dos spoilers aqui, vale explorar um pouco a premissa tecnológica do episódio. A interface cérebro-computador é um assunto recorrente da ciência há muitos anos. Mas experimentos recentes mostram que a máquina humanoide vista no episódio pode até estar ainda muito longe de acontecer exatamente dessa forma, mas não é nada totalmente improvável de se alcançar.

Em maio deste ano, a Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, recebeu a aprovação da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos para iniciar o primeiro estudo clínico em humanos.

Em pelo menos quatro ocasiões desde 2019, Musk previu que sua empresa iniciaria testes em humanos de um implante cerebral para tratar condições intratáveis, como paralisia e cegueira.

Também em maio, cientistas da Universidade de Nankai, na China, afirmam que um macaco controlou um braço robótico com a mente, após receber implante em cirurgia minimamente invasiva.

Apesar da demonstração, nenhum estudo científico descrevendo a estratégia e os resultados da tecnologia foi publicado em uma revista científica. Mais detalhes sobre a interface devem ser divulgados em breve, prometeu a equipe.

No ano passado, um artigo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA), publicado na Frontiers in Neurorobotics, narra uma pequena conquiesta: um paciente tetraplégico com poucos movimentos e sensibilidade nos braços manuseou com a mente um par de próteses biônicas para se alimentar com garfo e faca. 

Falta muito ainda?

Claro, há algumas diferenças entre essas demonstrações e o que vimos no episódio. Em primeiro lugar, ainda não atingimos a excelência da interface cérebro-computador vista na trama. Ela traz uma completa transferência de consciência indo e voltando de um corpo humano para uma réplica mecânica perfeita sem causar efeitos colaterais.

Em segundo, ainda é incerto se isso é possível na distância e nas condições que foram sugeridas no roteiro. Lembre-se: o envio de consciência é realizado totalmente sem fios, com milhares de quilômetros entre a estação espacial e os Estados Unidos em terra firme. O equipamento usado é uma cadeira eletrônica especial que fica nas casas dos astronautas, além de um assento similar na nave, com uma chapa eletrônica servindo como "chave" da operação.

Por fim, a própria réplica mecânica, idêntica aos humanos, ainda não existe. Os robôs humanoides recentes, como a Ameca, ainda é um emaranhado de fios e expressões de rosto que não deixam dúvidas de que são máquinas.

Fonte: Redação Byte
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