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Bactéria rara e mortal é encontrada nos Estados Unidos e gera alerta nacional

A B. pseudomallei é uma bactéria rara que causa problemas pulmonares severos. Encontrada em amostra de solo nos EUA, ela causou um alerta nacional pelo governo

18 ago 2022 - 14h51
(atualizado às 15h27)
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Bactéria rara foi encontrada em amostras do solo nos Estados Unidos e gerou um alerta nacional: é a Burkholderia pseudomallei, que causa a melioidose, uma doença pulmonar perigosa. Ela estava no Golfo do Mississippi e é considerada um caso importado, já que não é natural do país. O alerta foi emitido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC).

Ao Jornal da Universidade de São Paulo (USP), o especialista em infectologia Max Igor Lopes Banks explicou mais sobre a doença. Típica do sudeste asiático e norte da Austrália, aparições da bactéria fora destes países são consideradas "importações". O incidente estadunidense, inclusive, gerou um novo apelido ao micróbio, "bactéria do Mississippi".

Foto: CDC/Unsplash / Canaltech

Como a bactéria rara é contraída

A B. pseudomallei pode ser contraída através da pele ou por inalação, normalmente se instalando nos pulmões do paciente e requerendo atenção especial pela equipe médica. A doença causada pela bactéria é rara e oportunista, segundo Banks, atingindo principalmente pessoas com comorbidades como diabetes, doenças renais e outras condições crônicas de saúde.

Para os médicos, o diagnóstico não é fácil, já que o micróbio não se limita a causar problemas pulmonares: há chances de que ele também cause infecções no sangue. Os sintomas são fáceis de se confundir com outras infecções, já que são caracterizados por febre alta, dores no peito associadas à tosse e quadros de bronquite e pneumonia.

A América Latina, segundo dados, está entre as regiões mais vulneráveis à bactéria, já que ela se desenvolve melhor em ambientes chuvosos com altas temperaturas. Estima-se que 246 milhões de pessoas contraem a B. pseumallei todos os anos por transmissão ambiental.

No Brasil, a doença foi registrada pela primeira vez em 2003, no Ceará, onde casos continuam a ser diagnosticados — o que só pode ser feito através de cultura microbiológica. Apesar de ser resistente a antibióticos, há remédios que conseguem combater a doença, segundo Banks.

Apesar disso, o especialista afirma que não há motivo para se preocupar com possíveis pandemias causadas pela bactéria, já que a disseminação de uma pessoa para outra é extremamente rara.

Fonte: Jornal da USP, Fapesp

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