Apesar de queda, epidemia de dengue no Brasil gera aumento mortes
Brasil bate recorde histórico de mortes por dengue, com 1.116 óbitos oficiais; no entanto, a epidemia de dengue dá os primeiros sinais de queda em 20 estados
O Brasil bateu o recorde histórico de mortes por dengue nesta segunda-feira (8), segundo dados do Ministério da Saúde. São 1.116 óbitos confirmados em decorrência da doença transmitida pelo mosquito da dengue (Aedes aegypti). No entanto, a epidemia já dá os primeiros sinais de estabilidade ou mesmo de queda em 20 estados brasileiros.
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Em relação aos óbitos por dengue, vale destacar que este é o maior número já registrado na série histórica, iniciada nos anos 2000. Observando a linha do tempo, é possível ver uma sucessão de recordes na letalidade da doença. Isso porque 2023 e 2022 são, respectivamente, o segundo e o terceiro ano em que a dengue foi mais letal, com 1.094 e 1.053 mortes.
Além do recorde de mortes por dengue, nestes três primeiros meses do ano, o país também bateu o recorde anual de casos da dengue, com 2,9 milhões de infecções — em nenhum ano, foram registrados tantos casos. Na pior das previsões, os especialistas estimam que possam ser identificados 5 milhões até dezembro.
O desafio da dengue não é exclusividade do Brasil em 2024. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as Américas devem registrar o pior surto de dengue da história. Argentina e Paraguai também têm alta de casos.
Epidemia da dengue no Brasil
Analisando as tendências da dengue nas últimas semanas, o Ministério da Saúde observa que há um padrão de estabilidade ou mesmo de queda na incidência da doença transmitida por mosquitos.
Em relação à queda das notificações, esse movimento já é perceptível em oito estados — Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Roraima e Distrito Federal. Além disso, outros 12 estados apresentam estabilidade na epidemia da dengue — Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Apesar do sinal evidente de melhora, "este é um momento que ainda requer atenção", afirma Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, em nota. "Temos a necessidade de que, naqueles municípios onde as vacinas estão disponíveis, que os responsáveis levem as crianças para se proteger", orienta.
Casos e mortes por dengue
Segundo os dados mais recentes do Painel de Arboviroses, o Brasil tem 2,96 milhões de casos prováveis de dengue e 1.116 mortes por dengue. No entanto, outros 1.807 óbitos estão em investigação, o que ainda pode elevar a conta final.
Em média, a taxa de letalidade estimada para os casos prováveis de dengue é de 0,04%. No entanto, a taxa dispara entre os casos de dengue grave — condição que já foi conhecida como dengue hemorrágica —, sendo estimada em 3,93%.
Mais vacina da dengue
Sem remédios específicos contra a dengue, uma das melhores estratégias de controle é impedir a formação de criadouros do mosquito da dengue — as larvas podem ser facilmente identificadas.
Outra importante estratégia, que está sendo adotada pelo Brasil, é o uso da vacina da dengue. Como o estoque para este ano é limitado, o Ministério da Saúde liberou doses do imunizante apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades específicas.
A expectativa é que esse público alvo possa ser ampliado em 2025, com a aquisição de mais doses e com uma possível produção nacional. "Estamos trabalhando junto com a Fundação Oswaldo Cruz que, por sua vez, se responsabilizou por parcerias com laboratórios privados, para poder aumentar essa produção [de vacinas]", afirmou Nísia Trindade, ministra da Saúde, segundo a Agência Brasil.
Hoje, as doses da vacina Qdenga são importadas e a farmacêutica responsável, a japonesa Takeda, não firmou, até o momento, contratos de transferência de tecnologia com o governo brasileiro.
Ainda há a possibilidade de adotar a vacina do Instituto Butantan contra a dengue, mas esta não foi aprovada, por enquanto, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte: Painel de Arboviroses, Ministério da Saúde e Agência Brasil
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