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Apesar de queda, epidemia de dengue no Brasil gera aumento mortes

Brasil bate recorde histórico de mortes por dengue, com 1.116 óbitos oficiais; no entanto, a epidemia de dengue dá os primeiros sinais de queda em 20 estados

8 abr 2024 - 20h27
(atualizado em 9/4/2024 às 00h50)
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O Brasil bateu o recorde histórico de mortes por dengue nesta segunda-feira (8), segundo dados do Ministério da Saúde. São 1.116 óbitos confirmados em decorrência da doença transmitida pelo mosquito da dengue (Aedes aegypti). No entanto, a epidemia já dá os primeiros sinais de estabilidade ou mesmo de queda em 20 estados brasileiros.

Foto: James Gathany/CDC / Canaltech

Em relação aos óbitos por dengue, vale destacar que este é o maior número já registrado na série histórica, iniciada nos anos 2000. Observando a linha do tempo, é possível ver uma sucessão de recordes na letalidade da doença. Isso porque 2023 e 2022 são, respectivamente, o segundo e o terceiro ano em que a dengue foi mais letal, com 1.094 e 1.053 mortes.

Além do recorde de mortes por dengue, nestes três primeiros meses do ano, o país também bateu o recorde anual de casos da dengue, com 2,9 milhões de infecções — em nenhum ano, foram registrados tantos casos. Na pior das previsões, os especialistas estimam que possam ser identificados 5 milhões até dezembro.

O desafio da dengue não é exclusividade do Brasil em 2024. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as Américas devem registrar o pior surto de dengue da história. Argentina e Paraguai também têm alta de casos.

Epidemia da dengue no Brasil

Analisando as tendências da dengue nas últimas semanas, o Ministério da Saúde observa que há um padrão de estabilidade ou mesmo de queda na incidência da doença transmitida por mosquitos. 

Em relação à queda das notificações, esse movimento já é perceptível em oito estados — Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Roraima e Distrito Federal. Além disso, outros 12 estados apresentam estabilidade na epidemia da dengue — Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins. 

Apesar do sinal evidente de melhora, "este é um momento que ainda requer atenção", afirma Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, em nota. "Temos a necessidade de que, naqueles municípios onde as vacinas estão disponíveis, que os responsáveis levem as crianças para se proteger", orienta.

Brasil tem alta de mortes por dengue, mas epidemia da dengue dá sinal de estabilidade ou mesmo de queda em 20 estados (Imagem: Painel de Arboviroses/Ministério da Saúde)
Brasil tem alta de mortes por dengue, mas epidemia da dengue dá sinal de estabilidade ou mesmo de queda em 20 estados (Imagem: Painel de Arboviroses/Ministério da Saúde)
Foto: Canaltech

Casos e mortes por dengue

Segundo os dados mais recentes do Painel de Arboviroses, o Brasil tem 2,96 milhões de casos prováveis de dengue e 1.116 mortes por dengue. No entanto, outros 1.807 óbitos estão em investigação, o que ainda pode elevar a conta final.

Em média, a taxa de letalidade estimada para os casos prováveis de dengue é de 0,04%. No entanto, a taxa dispara entre os casos de dengue grave — condição que já foi conhecida como dengue hemorrágica —, sendo estimada em 3,93%.

Mais vacina da dengue

Sem remédios específicos contra a dengue, uma das melhores estratégias de controle  é impedir a formação de criadouros do mosquito da dengue — as larvas podem ser facilmente identificadas

Outra importante estratégia, que está sendo adotada pelo Brasil, é o uso da vacina da dengue. Como o estoque para este ano é limitado, o Ministério da Saúde liberou doses do imunizante apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades específicas.

A expectativa é que esse público alvo possa ser ampliado em 2025, com a aquisição de mais doses e com uma possível produção nacional. "Estamos trabalhando junto com a Fundação Oswaldo Cruz que, por sua vez, se responsabilizou por parcerias com laboratórios privados, para poder aumentar essa produção [de vacinas]", afirmou Nísia Trindade, ministra da Saúde, segundo a Agência Brasil

Hoje, as doses da vacina Qdenga são importadas e a farmacêutica responsável, a japonesa Takeda, não firmou, até o momento, contratos de transferência de tecnologia com o governo brasileiro.  

Ainda há a possibilidade de adotar a vacina do Instituto Butantan contra a dengue, mas esta não foi aprovada, por enquanto, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: Painel de Arboviroses, Ministério da Saúde e Agência Brasil

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