A história do Mitsubishi SpaceJet: como o Japão gastou US$ 8 bilhões para alcançar o que vem aspirando há meio século
Marcado por constantes atrasos e falhas de cálculo, o Mitsubishi SpaceJet foi cancelado após 15 anos e um investimento que esteve perto de ultrapassar 900 milhões de dólares
Criar uma marca de carros do zero é algo complicadíssimo. Os desafios são tantos e há tantas variáveis a considerar que pode parecer quase um milagre uma empresa conseguir se manter após perder, sem dúvida, várias centenas (quando não milhares) de milhões de dólares.
Mas o que acontece quando falamos de aviões? A situação se torna ainda mais complexa por detalhes "sem importância", como:
- Um mercado dominado por Boeing e Airbus
- Custos produtivos enormes para garantir a qualidade e a segurança de todos os componentes
- Uma rede muito restrita de fornecedores de motores e outros componentes críticos
- O alto custo de aquisição de um avião, o que obriga a trabalhar com volumes baixos
- A possível resistência dos clientes em encomendar um veículo essencial para o transporte de pessoas, cujo fracasso pode resultar, na melhor das hipóteses, em um rombo nas contas da empresa e, na pior, em um desastre humano
Tudo isso parece desanimador para uma nova marca que queira encontrar seu espaço no mercado. Nem mesmo se essa marca fizer parte de uma gigante como a Mitsubishi. E nem mesmo se essa marca contar, inclusive, com o apoio do governo japonês.
Foi exatamente isso que aconteceu com o Mitsubishi SpaceJet.
A história de um verdadeiro fracasso
Se olharmos para o mercado atual da aviação, não é por acaso que as principais empresas que aspiram a competir com Airbus e Boeing, os líderes absolutos do setor, vêm da China (COMAC), do Brasil (Embraer) e da Rússia (UAC).
Todas elas ...
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